VI DOMINGO DO
TEMPO COMUM
Os Excluídos
Marcos, no
seu Evangelho, vai mostrando: "Quem é Jesus".
Não se
preocupa com definições abstratas...
mas
apresenta concretamente Jesus agindo.
A partir de
seus gestos, podemos descobrir quem ele é:
-
Jesus liberta o homem possuído por um espírito mau;
-
Estende a mão à sogra de Pedro e ajuda a levantar-se;
-
HOJE vemos a sua atitude para com os marginalizados e EXCLUÍDOS.
A
1
a Leitura mostra severa discriminação dos LEPROSOS,
na
lei de Moisés:
"O leproso andará com vestes rasgadas, cabelos soltos e
barba coberta...
Viverá isolado, morando fora do acampamento...
Ao se encontra com alguém, deve gritar: sou impuro..."
(Lv 13,1-2.44-46)
O
preceito se explica pela preocupação de contágio
e
pelo conceito dos hebreus, que viam na lepra um castigo de Deus...
O
Leproso era assim um castigado de Deus e um excluído da comunidade.
Na
2ª
Leitura,
Paulo convida a "fazer tudo para a glória de Deus". (1Cor 10,31-11,1)
No
Evangelho, vemos a atitude de Cristo
para um LEPROSO:
purifica
o doente e o reintegra na sua comunidade. (Mc 1,40-45)
-
Um leproso, contrariando a lei, aproxima-se de Jesus...
e
de joelhos implora: "Se queres, podes limpar-me..."
-
Jesus "se compadece", "estende a mão e toca-o..."
e restitui a saúde: "Eu QUERO, fica
curado..."
Ao
acolher e tocar o leproso, Jesus transgredia a lei, que proibia tocar neles.
Mas
logo em seguida a cumpre: manda apresentar-se ao Sacerdote,
a
quem cabia a decisão de reconhecer a cura e reintegrar na comunidade.
Para
Cristo, a caridade está acima da Lei...
Jesus
"compadecido" cura dois males: o mal da solidão e o mal da lepra.
E
reintegra o leproso na convivência fraterna...
-
O Leproso, ao experimentar o poder salvador de Jesus,
torna-se
um ardoroso testemunha do amor e da bondade de Deus.
*
Deus não exclui ninguém.
Todos
são chamados a integrar a família dos filhos de Deus.
O
Leproso não é um marginal, um pecador condenado, um homem indigno,
mas
um filho amado a quem Deus quer oferecer a Salvação e a vida.
*
O Caminho do leproso deve ser o caminho de todo discípulo:
-
Vir a Jesus, aceitar a própria limitação humana,
-
experimentar a misericórdia e o poder libertador do Senhor
-
e finalmente tornar-se testemunha das grandes obras de Deus.
*
Outros vêm nesse episódio elementos do Sacramento da Penitência:
A
Penitência é um encontro com Jesus, que cura da lepra do pecado e
reintroduz
na comunidade eclesial.
Os leprosos de hoje...
Infelizmente
a "lepra" ainda hoje existe em nossa sociedade e na Igreja.
Há
muitos excluídos, mantidos "fora do acampamento".
-
São rejeitados, como se fossem leprosos, todos os "DIVERSOS":
os
que pensam ou agem diferente de nós....
-
E quando alguém se sente um "leproso", a quem ele deve se
dirigir?
Será que poderá contar com o apoio dos
cristãos de sua comunidade,
com a mesma confiança do leproso que procurou
Jesus ?
Leprosos
de hoje são os que vivem nos barracos das favelas das cidades ricas;
são
os desempregados das cidades industriais; os jovens drogados,
vítimas
de uma sociedade consumista; são as crianças abandonadas;
são
os idosos sem vez no emprego e na família, como produto descartável...
=
São lepras que matam muito mais do que a lepra do tempo de Jesus.
+
Jesus não teve repugnância dos leprosos...
Pelo contrário, aproxima-se deles, porque vê
neles um filho de Deus.
* Qual é a nossa atitude para com eles?
Nossos preconceitos, nosso legalismo não
estão criando
marginalização e exclusão para os nossos
irmãos?
-
Jesus sentiu "compaixão"...
*
O que sentimos diante do sofrimento, da injustiça, da miséria de um irmão?
"Estendemos a mão" ou apenas
lamentamos: "Coitado"?
O encontro com Jesus transformou totalmente a vida do leproso.
Ele
não podia esconder a alegria, que esse encontro produziu na sua vida
e
sentiu a necessidade de dar testemunho.
*
O nosso encontro com Cristo nessa eucaristia nos torna capazes
de
testemunhar no meio de nossos irmãos, com alegria e entusiasmo,
a
libertação que Cristo nos trouxe?
-
Quais são os NOSSOS leprosos... que excluímos do nosso convívio?
Estamos dispostos, a exemplo de Cristo,
nos aproximar deles e estender a nossa mão?
O Leproso não tem nome,
não
se diz o lugar, nem o tempo em que foi curado.
É
para que o nome seja o MEU, o lugar seja AQUI, e o tempo seja AGORA.
-
Qual é a sua lepra?
Quando
o Evangelho é anunciado, se me entrego a Jesus e me converto,
realiza-se
em mim aquilo que é narrado: "Quero, fica purificado".
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 11.02.2018
(buscando
novas águas)
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