Papa convoca à
reconciliação
na Quaresma,
embora seja difícil
perdoar
VATICANO,
14 Fev. 18 / 10:32 am (ACI).- Em uma mensagem divulgada por ocasião
da Campanha da Fraternidade 2018, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Papa Francisco
convida a perdoar e a se deixar perdoar durante a Quaresma, embora seja difícil, porque é a
única forma de alcançar a paz.
“Às
vezes, como é difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado
nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração, a paz”.
“Deixar
de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições
necessárias para se viver como irmãos e irmãs e superar a violência”, disse na
mensagem dirigida ao Cardeal Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e
presidente da CNBB.
O
Pontífice afirma na mensagem que, “neste tempo quaresmal, de bom grado me uno à Igreja no Brasil para celebrar a Campanha
‘Fraternidade e a superação da violência’, cujo objetivo é construir a
fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz
da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência”.
Assim, “a Campanha da Fraternidade de 2018 nos convida a reconhecer a violência
em tantos âmbitos e manifestações e, com confiança, fé e esperança, superá-la
pelo caminho do amor visibilizado em Jesus Crucificado”.
“Jesus
veio para nos dar a vidaplena”,
recorda o Santo Padre. “Na medida em que Ele está no meio de nós, a vida se
converte num espaço de fraternidade, de justiça, de paz, de dignidade para
todos”.
Desse
modo, “este tempo penitencial, onde somos chamados a viver a prática do jejum,
da oração e da esmola nos faz perceber que somos irmãos. Deixemos que o amor de
Deus se torne visível entre nós, nas nossas famílias, nas comunidades, na
sociedade”.
“’É agora
o momento favorável – continua –, é agora o dia da salvação’, que nos traz a
graça do perdão recebido e oferecido. O perdão das ofensas é a expressão mais
eloquente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que
não podemos prescindir”.
Além
disso, convida a que “sejamos protagonistas da superação da violência
fazendo-nos arautos e construtores da paz. Uma paz que é fruto do
desenvolvimento integral de todos, uma paz que nasce de uma nova relação também
com todas as criaturas. A paz é tecida no dia a dia com paciência e
misericórdia, no seio da família, na dinâmica da comunidade, nas relações de
trabalho, na relação com a natureza”.
Trata-se
de realizar “pequenos gestos de respeito, de escuta, de diálogo, de silêncio,
de afeto, de acolhida, de integração, que criam espaços onde se respira a
fraternidade”.
“Em
Cristo somos da mesma família, nascidos do sangue da cruz, nossa salvação”,
sublinha.
Finalmente,
o Papa encerra a mensagem pedindo “a Deus que a Campanha da Fraternidade deste
ano anime a todos para encontrar caminhos de superação da violência, convivendo
mais como irmãos e irmãs em Cristo”.
Neste
ano, a Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB tem como tema “Fraternidade
e superação da violência” e lema “Vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).
(acidigital)
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