Um católico pode
participar do Carnaval?
REDAÇÃO
CENTRAL, 08 Fev. 18 / 12:00 pm (ACI).- Muitas pessoas estão se preparando para
aproveitar o Carnaval na próxima semana, alguns já até começaram a cair na
folia. Mas, diante dessa festa tão popular no Brasil, fica a pergunta: um
católico “pode ir para as ruas e extravasar sua alegria como um grande folião”?
Em
um artigo enviado à ACI Digital,
André Parreira, membro do Instituto Nacional da Pastoral Familiar e da Família
da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) e autor de livros sobre matrimônio e família, buscou responder
esta questão.
Segundo
ele, “a resposta pode começar com outra pergunta: alguém poderia dizer que o os
blocos, desfiles e bailes de Carnaval não são ambientes propícios ao pecado,
com tanto álcool, nudez e erotização? As modas das mini-roupas (as bermudinhas
viraram o traje oficial!) e fantasias minúsculas ou de caráter sexual refletem
o pudor daqueles que tem consciência de que são templo do Espírito Santo?”.
“Até
mesmo as marchinhas já são um risco, pois embora muitas sejam interessantes e
divertidas, boa quantidade delas carrega grande erotização”, pontua.
Parreira
confessa que já participou do Carnaval, “mas há muitos anos” não acompanha “nem
mesmo pela televisão”. “E esta (anti)cultura não será transmitida por minha
esposa e por mim aos nossos filhos. Aqui em casa não entra nem as músicas de
Carnaval”.
Explica esta decisão não foi tomada apenas por “questão de gostar ou não, nem
mesmo se trata de alienação. Mas é questão de acertar nossa caminhada para os
caminhos que se afeiçoam mais com o Senhor”.
“Sei que
vou desagradar a muita gente católica que tem paixão pelo Carnaval, espera
ansiosamente pela data e dispara contra qualquer um que queira levantar a
questão”, admite e, em seguida, apresenta como alguns santos aconselharam sobre
esta festa.
“Por
exemplo, Santo Afonso Maria de Ligório diz que a fuga das ocasiões de pecado é
grande dever em nosso caminho de crescimento espiritual”, ou ainda Santa
Faustina, que “relata o sofrimento do coração de Jesus nos dias de Carnaval”.
Por sua
vez, “São João Maria Vianey dizia que o anjo da guarda ficava do lado de fora
dos salões de baile e que algumas danças são a ‘corda com que o demônio arrasta
mais almas para o inferno’”.
Parreira
cita ainda “São Carlos Borromeu que jamais podia compreender ‘como os cristãos
podiam conservar este perniciosíssimo costume do paganismo’”.
“Se estes
santos diziam isso com base no Carnaval de seus tempos, o que diriam se
conhecessem as festividades de hoje?”, questiona-se.
E, para
ser mais atual, André Parreira apresenta uma reflexão sobre este tema feita por
Dom Henrique Soares, Bispo de Palmares (PE):
“Devemos,
então, rejeitar em bloco o Carnaval atual? A resposta pronta não existe! Se um
cristão julga poder brincar o carnavalzão do mundo sem cometer excessos, sem
dar azo à imoralidade, sem a dispersão interior violenta que nos tira da
presença de Deus e da realidade, então brinque em paz! Eu duvido muito que isto
seja possível, mas é preciso respeitar a consciência de cada um!”, afirma o Prelado.
E, como
“pastor da Igreja”, sugere “que os cristãos deem
preferência a brincar o Carnaval em grupos de cristãos, de modo puro, sereno,
inocente, fraterno, com toda alegria que nasce de um coração que sabe o sentido
verdadeiro da existência”.
Finalmente,
André Parreira conclui que a resposta para a pergunta se o católico pode
participar do Carnaval é uma “individual”. “A liberdade é um presente que Deus
nunca vai nos tirar”.
(acidigital)
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