Papa denuncia os
“encantadores de serpentes”
que confundem os homens
VATICANO,
06 Fev. 18 / 10:30 am (ACI).-
Na Mensagem para a Quaresma
deste ano, o Papa Francisco clama contra os “encantadores de serpentes” que
“aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para
onde eles querem”.
No
texto, apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Cardeal Peter Turkson,
prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, e Natalia Peiró,
secretária da Cáritas Espanha, o Papa se pergunta “quantos filhos de Deus
acabam encandeados pelas adulações de um prazer de poucos instantes que se
confunde com a felicidade”.
“Quantos
homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na
realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos
vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão”, disse
também no texto.
O Papa alerta sobre os “charlatães” que “oferecem soluções simples e imediatas
para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente
ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações
passageiras, de lucros fáceis mas desonestos”.
Do mesmo
domo, o Pontífice fala dos “falsos profetas”, que são “impostores” que, “ao
mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como
a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos
leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do
ridículo, não se volta atrás”.
E tudo
isso é obra do “demônio” que “é ‘mentiroso e pai da mentira’, apresenta o mal
como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem”.
Por outro
lado, Francisco denuncia a violência “que se abate sobre quantos são
considerados uma ameaça para as nossas ‘certezas’: o bebê nascituro, o idoso
doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não
corresponde às nossas expetativas”.
Diante da
pergunta “o que fazer?”, o Papa convida à “oração”, porque com ela,
“possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos
enganamos a nós mesmos”. Também a “esmola”, que “liberta-nos da ganância e
ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só
meu”. “Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para
todos”, expressa o Pontífice.
Por
último, o “jejum”, pois “tira força à nossa violência, desarma-nos,
constituindo uma importante ocasião de crescimento”. “O jejum desperta-nos,
torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a
Deus, o único que sacia a nossa fome”, sublinha.
(acidigital)
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