Receber
a Palavra é um direito
· Na
audiência geral o Papa recomendou que seja bem lida e explicada durante a missa ·
15 de Fevereiro de 2018
«Cada um de nós quando vai à missa tem o direito de
receber abundantemente a palavra de Deus lida bem, pronunciada bem e depois bem
explicada na homilia», disse o Papa Francisco aos fiéis reunidos na manhã de 14
de fevereiro na praça de São Pedro para participar na audiência geral de
quarta-feira de Cinzas.
Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre a celebração
eucarística, o Pontífice aprofundou em particular o Credo e a oração universal,
a partir de uma significativa reflexão sobre o momento da «escuta das leituras
bíblicas prolongada na homilia». Trata-se, explicou, de um ato que deriva do
«direito espiritual do povo de Deus de receber com abundância o tesouro da
palavra de Deus». E «quando a palavra de Deus não é bem lida, não é pregada com
fervor pelo diácono, pelo sacerdote ou pelo bispo – advertiu – não se cumpre um
direito dos fiéis».
Portanto, quem participa na missa tem «o direito de ouvir
a palavra de Deus», através da qual «o Senhor consola, chama, suscita rebentos
de vida nova e reconciliada». Deriva disto a importância do silêncio depois da
homilia: «Devemos fazer um silêncio profundo – exortou Francisco – e cada um
deve pensar no que ouviu».
Quanto à profissão do Credo, o Papa recordou que «existe
um nexo vital entre escuta e fé». De facto, ela «não nasce da imaginação de
mentes humanas mas, como recorda São Paulo, vem da escuta e a escuta
relaciona-se com a palavra de Cristo».
Precisamente em resposta às solicitações da palavra
«recebida com fé» o povo de Deus «exprime-se na súplica comum, denominada
oração universal, porque abraça as necessidades da Igreja e do mundo».
A propósito, o Pontífice evocou as palavras de Jesus: «Se
permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que
quiserdes e ser-vos-á dado».
Na missa, o momento da oração dos fiéis é «o mais
indicado para pedir ao Senhor o que é mais importante, tudo o que precisamos e
desejamos», com a convicção de que «tudo é possível para aquele que crê». E «a
oração – recomendou o Pontífice – deve ser feito com este espírito de fé:
“Creio Senhor, ajuda a minha pouca fé”».
Na conclusão Francisco recordou que «as pretensões de
lógicas mundanas não se elevam aos céus, assim como não são atendidos os
pedidos autorreferenciais». Por isso, «as intenções pelas quais se convida o
povo fiel a rezar devem dar voz às necessidades concretas da comunidade
eclesial e do mundo, evitando que se recorra a fórmulas convencionais e
míopes». Deste modo, a oração universal, com a qual se encerra a liturgia da
palavra, torna-se uma invocação para cada homem «a fazer nosso o olhar de Deus,
que cuida de todos os seus filhos».
(osservatoreromano)
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