sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Receber a Palavra é um direito

· Na audiência geral o Papa recomendou que seja bem lida e explicada durante a missa ·

15 de Fevereiro de 2018

«Cada um de nós quando vai à missa tem o direito de receber abundantemente a palavra de Deus lida bem, pronunciada bem e depois bem explicada na homilia», disse o Papa Francisco aos fiéis reunidos na manhã de 14 de fevereiro na praça de São Pedro para participar na audiência geral de quarta-feira de Cinzas.
Prosseguindo o ciclo de catequeses sobre a celebração eucarística, o Pontífice aprofundou em particular o Credo e a oração universal, a partir de uma significativa reflexão sobre o momento da «escuta das leituras bíblicas prolongada na homilia». Trata-se, explicou, de um ato que deriva do «direito espiritual do povo de Deus de receber com abundância o tesouro da palavra de Deus». E «quando a palavra de Deus não é bem lida, não é pregada com fervor pelo diácono, pelo sacerdote ou pelo bispo – advertiu – não se cumpre um direito dos fiéis».
Portanto, quem participa na missa tem «o direito de ouvir a palavra de Deus», através da qual «o Senhor consola, chama, suscita rebentos de vida nova e reconciliada». Deriva disto a importância do silêncio depois da homilia: «Devemos fazer um silêncio profundo – exortou Francisco – e cada um deve pensar no que ouviu».
Quanto à profissão do Credo, o Papa recordou que «existe um nexo vital entre escuta e fé». De facto, ela «não nasce da imaginação de mentes humanas mas, como recorda São Paulo, vem da escuta e a escuta relaciona-se com a palavra de Cristo».
Precisamente em resposta às solicitações da palavra «recebida com fé» o povo de Deus «exprime-se na súplica comum, denominada oração universal, porque abraça as necessidades da Igreja e do mundo».
A propósito, o Pontífice evocou as palavras de Jesus: «Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e ser-vos-á dado».
Na missa, o momento da oração dos fiéis é «o mais indicado para pedir ao Senhor o que é mais importante, tudo o que precisamos e desejamos», com a convicção de que «tudo é possível para aquele que crê». E «a oração – recomendou o Pontífice – deve ser feito com este espírito de fé: “Creio Senhor, ajuda a minha pouca fé”».
Na conclusão Francisco recordou que «as pretensões de lógicas mundanas não se elevam aos céus, assim como não são atendidos os pedidos autorreferenciais». Por isso, «as intenções pelas quais se convida o povo fiel a rezar devem dar voz às necessidades concretas da comunidade eclesial e do mundo, evitando que se recorra a fórmulas convencionais e míopes». Deste modo, a oração universal, com a qual se encerra a liturgia da palavra, torna-se uma invocação para cada homem «a fazer nosso o olhar de Deus, que cuida de todos os seus filhos».


(osservatoreromano)

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