domingo, 21 de dezembro de 2008

ÚLTIMO DOMINGO ANTES DO NATAL



DOMINGO IV DO ADVENTO – ANO B

LEITURAS

2 Sam 7, 1-5.8b-12.14a.16
Sl 88, 2-5.27.29

Rom 16, 25-27

Lc 1, 26-38



"O «Angelus». Em tempos não muito distantes, sobretudo nas aldeias, os sinos tocavam, a certas horas do dia – de manhãzinha, às 12 horas e ao fim da tarde – , dando o sinal para as «Ave-Marias». E as pessoas interrompiam o trabalho, tiravam o chapéu, e rezavam o Angelus. Ainda há quem o faça. A TV transmite frequentemente a recitação do Angelus pelo Papa, da varanda dos seus aposentos, para a multidão concentrada na Praça de S. Pedro. São três Ave-Marias precedidas por breve introdução: «O Anjo do Senhor anunciou a Maria…»; «Eis a escrava do Senhor…»; «E o Verbo de Deus encarnou…», concluindo com uma curta oração.

O Evangelho deste domingo é o da Anunciação a Nossa Senhora e da Encarnação do Filho de Deus. E é ele que inspira a recitação do Angelus. Nele se recorda, com piedade, a nova Criação, o novo Adão e a nova Eva, o recomeço da relação de todas as criaturas com o único Deus que Se dignou inserir-Se, feito carne, na História da humanidade. Lembramos a Encarnação, nas vésperas de festejarmos o nascimento d’Aquele que é o centro que divide a História em dois tempos: antes e depois de Cristo.

A iniciativa é de Deus. Ele intervém, em determinado tempo e lugar, em determinada pessoa. Escolhe uma jovem desconhecida, num recanto insignificante de Israel, para Mãe de Deus, por obra do Espírito Santo. É só d’Ele que vem a salvação. Mas gosta de pedir a colaboração das criaturas. Aceitar, como Maria, a vocação (= chamamento) de Deus, pode ser árduo e difícil. Foi-o, certamente, para Nossa Senhora. Tornou-se modelo de fé, confiança, entrega, aceitação, para todos os que Jesus lhe entregou como filhos.

Responder sim e ser fiel. «Faça-se em mim, segundo a tua palavra». Foi um sim que Maria pronunciou sem saber as consequências dessa resposta. Como que passou um cheque em branco. Nós sabemos o que se seguiu: o presépio = manjedoura, a fuga para o Egipto, o mistério que envolveu o Filho, a sua rejeição, Paixão e morte na cruz… Quantas nuvens, quantas noites escuras! A fé cega «vê» que Deus é Amor e que sabe o que faz e o que permite, que escreve direito – só Ele – por linhas tortas. «Vê» que tudo é para o bem dos que n’Ele confiam. É esta fé que a «escrava do Senhor» nos ensina. É isso que Deus pede de nós: abertura, sem reservas, aos seus caminhos, fidelidade a Ele, mesmo sem O conseguirmos entender, esquecimento do «eu» mesquinho, egoísta, interesseiro, alérgico ao sacrifício."

TEM UM BOM DOMINGO!

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