V Domingo da Quaresma
"Queremos
ver Jesus"
A Liturgia desse
domingo deseja preparar os cristãos
para os acontecimentos
da Páscoa, que se aproxima:
a Paixão, Morte e
Ressurreição de Cristo.
As leituras bíblicas
nos ajudam neste sentido...
Na 1a
Leitura Deus propõe uma NOVA ALIANÇA.
(Jr
31, 31-34)
É um dos trechos mais
importantes do Antigo Testamento.
Deus tinha feito uma
ALIANÇA no Sinai,
entregando a Moisés
mandamentos escritos em pedra...
O povo aderiu à
aliança, contudo mais com a boca, do que com o coração.
O povo nunca
interiorizou devidamente e muitas vezes foi infiel...
Por isso, o profeta
Jeremias anunciou uma NOVA ALIANÇA,
cujos mandamentos serão
gravados no coração:
"Porei minha lei em sua alma, escreverei
em seu coração.
Então eu serei seu
Deus e ele será meu Povo".
A Aliança é renovada
pelo Senhor, que perdoa e restaura.
* Nós também somos
Povo da Nova Aliança,
cujos mandamentos devem
estar inscritos em nosso coração.
A Quaresma é o tempo
de renovação da Aliança, iniciada no Batismo e
rompida tantas vezes
pela nossa fraqueza e infidelidade.
A
2ª Leitura
afirma que essa nova Aliança, plena e definitiva,
se realiza em Jesus
Cristo, em perfeita obediência ao Pai. (Hb
5,7-9)
O Evangelho
nos convida a olhar Jesus, que selou a Nova
Aliança
com o próprio sangue
na Cruz. (Jo
12,20-33)
- Um grupo de gregos,
que estavam em Jerusalém para celebrar a Páscoa,
pedem: "Queremos
ver Jesus!" , isto é, conhecê-lo em profundidade.
- Não se dirigem
diretamente a Jesus, mas aos discípulos.
Servem-se de dois
mediadores: Felipe e André…
- Jesus
SE FAZ VER através de uma imagem: o GRÃO de TRIGO.
A sua "glória"
passa pela experiência do grão:
"Se o grão,
que cai na terra, morre, produzirá muito fruto".
A fecundidade da
vida se manifesta na morte.
Jesus vai morrer e
nascerá a Igreja universal...
Assim foi para
Jesus, assim será para cada um de nós.
Para conhecer Jesus:
- Devem MORRER as
seguranças humanas, o apego à própria vida
e à sabedoria
humana (que os gregos valorizavam tanto)...
- Deve MORRER tudo o
que nos afasta do projeto de Jesus,
que veio para que
todos tenham vida em abundância.
* Precisamos morrer
para conhecer.
- E
aponta o caminho para vê-lo:
a CRUZ.
"Quando eu for elevado da terra (na
cruz), atrairei todos a mim."
* É o
caminho para todo o discipulado...
+ "Queremos
ver Jesus"
Esse pedido dos gregos
é uma linda proposta de vida para todos nós.
É anseio de todos nós.
Todos nós queremos ver Jesus.
O Documento de
Aparecida nos lembra que "o início do cristianismo
é um encontro de fé
com a pessoa de Jesus Cristo" (DA
243).
"A própria
natureza do cristianismo consiste em reconhecer a presença
de Jesus Cristo e
segui-lo" (244).
Mas onde,
quando, como encontrá-lo?
O Documento mostra uns
lugares de encontro com Jesus Cristo:
- "O encontro com
Cristo realiza-se na fé recebida e vivida na IGREJA".
(246)
- Encontramos Jesus na
SAGRADA ESCRITURA, lida na Igreja...
É indispensável o
conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus" (347).
-Encontramos Jesus
Cristo na SAGRADA LITURGIA... a Eucaristia é
o lugar privilegiado do
encontro do Discípulo com Jesus Cristo" (250-251).
A celebração
eucarística dominical é uma necessidade interior do cristão,
da família cristã e
da comunidade paroquial" (252).
- O sacramento da
Reconciliação é o encontro com o Cristo que perdoa (254).
- A ORAÇÃO
pessoal e comunitária cultiva a amizade com Cristo (255).
- "Jesus está
presente em meio a uma COMUNIDADE viva
na fé e no amor
fraterno" (256).
- Também o encontramos
nos pobres, aflitos e enfermos... (257).
- "Encontramos
também na Piedade popular..." (258)
"Queremos ver
Jesus" significa acolher a sua pessoa com alegria,
por ser o centro e a
motivação mais forte da própria existência,
e a garantia que não
se apaga.
+ "Senhor,
queremos ver Jesus!"
Faze, Senhor, que teus
discípulos reconheçam
o teu rosto no rosto
dos pobres.
Dá olhos para ver os
caminhos da justiça e da solidariedade;
dá ouvidos para
escutar os pedidos de salvação e saúde;
enriquece seus corações
de fidelidade generosa e compreensão
para que se façam
companheiros de caminhada e
testemunhas verdadeiros
e sinceros da glória,
que resplandece no
crucificado, ressuscitado e vitorioso.
Pe.
Antônio Geraldo Dalla Costa – 25-03.2012
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