domingo, 29 de novembro de 2015

HOJE É O DIA DO SENHOR




1ºDOMINGO DO ADVENTO
ANO “C”

Tempo de Esperança


Nesse domingo iniciamos mais um ano Litúrgico (Ciclo C),
durante o qual iremos refletir e celebrar
os principais mistérios de nossa fé e da História da Salvação.

O companheiro principal na caminhada será o Evangelho de LUCAS.
                   
- O ANO LITÚRGICO está centralizado em duas grandes festas:
  Natal e Páscoa. E cada uma delas, com 3 momentos:
  - de preparação: Advento e Quaresma...
  - de celebração: do Natal à Epifania; da Páscoa ao Pentecostes...
  - de prolongamento: os domingos do tempo comum...

- Hoje iniciamos as quatro semanas do ADVENTO.

O ADVENTO é Tempo de ESPERA e ESPERANÇA, em que celebramos:

+ Um fato passado: A Vinda histórica de Cristo, prometida a Abraão,
   lembrada pelos profetas, esperada pelo povo, realizada em Belém…
+ Um fato presente: Vinda de Jesus presente na sua Igreja:
   Cristo continua a vir: na Palavra, na Eucaristia, nos irmãos..
+ Um fato futuro: É a segunda vinda… no fim do mundo…

As leituras acenam para um novo tempo, marcado pela esperança e pela alegria:

Na 1a Leitura, damos um olhar para o PASSADO. (Jr 33,14-16)

Após um longo exílio, o Povo, cansado e abatido, retorna para a sua terra,
mas encontra tudo destruído, precisa recomeçar tudo de novo.
O profeta Jeremias proclama a chegada de dias melhores.
Surgirá um descendente de Davi, que assegurará a paz e a salvação.
Recordando as promessas de Deus, o profeta elimina a saudade do passado, elimina o medo do presente e instaura o clima da ESPERANÇA.

* Esse rebento esperando pelos israelitas é Jesus de Nazaré.
Com ele teve início o Reino de Paz e Justiça.
Contudo percebemos que a construção desse mundo novo
não foi concluído com o nascimento de Cristo.
Exige ainda muito tempo e e de nosso empenho e colaboração.

Na 2a Leitura, damos um olhar para o PRESENTE. (1 Ts 3,12-4,2)

Paulo lembra à comunidade de Tessalônica que a melhor maneira
de esperar a vinda do Senhor Jesus é crescer no amor recíproco.
Sem esse amor, torna-se vazio o Advento e o próprio Natal.

No Evangelho, damos um olhar para o FUTURO. (Lc 21,25-28.34-36)

Estamos nos últimos dias da vida terrena de Jesus.
Ele anuncia tempos difíceis de sofrimento e perseguição.
O texto, numa linguagem apocalíptica, fala da segunda vinda de Cristo.
Os "sinais" catastróficos apresentados, não são um quadro do "fim do mundo"; são imagens utilizadas pelos profetas para falar do "dia do Senhor",
quando Ele vai intervir na história para libertar o seu Povo.
O quadro visa reavivar a ESPERANÇA pelo novo dia que surgirá e
e motivar a VIGILÂNCIA para reconhecer e acolher o Senhor que vem.

+ "Fiquem de pé e levantem a cabeça, pois a vossa libertação está próxima".
   O Evangelho ensina a não esperar passivamente a vinda do Filho do Homem.
- É preciso "estar atento" a essa salvação que nos é oferecida e aceitá-la.
- É necessário reconhecer Jesus que vem nos sinais da história,
   no rosto dos irmãos, nos apelos dos que sofrem e que buscam a libertação.
- É preciso ter a vontade e a liberdade de acolher o dom de Jesus, deixar que    
   ele nos transforme o coração e se faça vida em nossos gestos e palavras.
- É preciso ter presente, que este mundo novo está permanentemente a fazer-se
  e depende do nosso testemunho.

+ Como você pretende preparar o NATAL desse ano?
   - Um Natal apenas de presentes... de enfeites e músicas…
      de festas, comes e bebes...
   - ou um Natal cristão?

+ O verdadeiro Natal é vivido num Clima de...

   - De Esperança: Advento é participar de uma espera profunda
     de todos os homens pela vinda de Deus.
     "De cabeça erguida..." apesar dos problemas que nos cercam...

   - De Vigilância para perceber os sinais da presença de Deus entre nós…
     Vigilância significa por Deus em primeiro lugar na vida.
     Quer dizer ler a realidade com o olhar voltado à eternidade.
     Significa crer que o Reino de Deus já está presente entre nós.
     Jesus adverte a um Perigo:  "Não fiquem insensíveis por causa da gula,
     da embriaguez e das preocupações da vida..."

 - De Oração: - na Comunidade: com a liturgia do Advento...
                          - nas famílias: com a Novena do Natal em família...

+ De Conversão: Acolher: preparar o nosso presépio, o coração…
   O Natal será realmente cristão, se Cristo tiver lugar em nosso coração.
   Caso contrário, a sua vinda será inútil.
   - Vamos remover de nossa vida toda bagagem inútil
     que possa impedir os nossos passos para Cristo.

Como há dois mil anos em Belém,
Ele ainda hoje continua buscando um lugar…

Será que Ele encontrará esse lugar em nossa casa, em nosso coração?
                                       
  Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 29,11.2015
(buscandonovasaguas)

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Discurso do Papa no bairro pobre de Kangemi, em Nairóbi






VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA
DISCURSO
Visita ao bairro pobre de Kangemi – Nairóbi (Quênia)
Sexta-feira, 27 de Novembro de 2015
Boletim da Santa Sé
Obrigado por me terdes acolhido no vosso bairro. Obrigado ao Senhor Arcebispo Kivuva e ao Padre Pascal pelas suas palavras. Na realidade, sinto-me em casa partilhando este momento com irmãos e irmãs que ocupam – não tenho vergonha de o dizer – um lugar especial na minha vida e nas minhas opções. Estou aqui, porque quero que saibais que as vossas alegrias e esperanças, as vossas angústias e sofrimentos não me são indiferentes. Conheço as dificuldades que enfrentais dia a dia! Como não denunciar as injustiças que sofreis?
Antes de mais nada, queria deter-me num aspecto que os discursos de exclusão não conseguem reconhecer ou parecem ignorar. Refiro-me à sabedoria dos bairros populares. Uma sabedoria que brota da «obstinada resistência daquilo que é autêntico» (Laudato si’, 112), de valores evangélicos que a sociedade opulenta, entorpecida pelo consumo desenfreado, parecia ter esquecido. Vós sois capazes de «tecer laços de pertença e convivência que transformam a superlotação numa experiência comunitária, onde se derrubam os muros do eu e superam as barreiras do egoísmo» (ibid., 149).
A cultura dos bairros populares, permeada por esta sabedoria particular, «tem características muito positivas, que são uma contribuição para o tempo em que vivemos, exprime-se em valores como a solidariedade, dar a vida pelo outro, preferir o nascimento à morte, dar sepultura cristã aos seus mortos; oferecer um lugar para os doentes na própria casa, partilhar o pão com o faminto: “onde comem 10, comem 12”; a paciência e a fortaleza nas grandes adversidades, etc» (Equipa de Sacerdotes para as «Villas de Emergência» (Argentina), Reflexiones sobre la urbanización y la cultura villera, 2010). Valores baseados nisto: cada ser humano é mais importante do que o deus dinheiro. Obrigado por nos lembrardes que há outro tipo de cultura possível.
Queria começar por reivindicar estes valores que vós praticais, valores que não aparecem cotados na Bolsa, valores que não são objecto de especulação nem têm preço de mercado. Congratulo-me convosco, acompanho-vos e quero que saibais que o Senhor nunca Se esquece de vós. O caminho de Jesus começou na periferia, vai dos pobres e com os pobres para todos.
Reconhecer estas manifestações de vida boa que crescem diariamente entre vós não significa, de forma alguma, ignorar a terrível injustiça da marginalização urbana. São as feridas provocadas pelas minorias que concentram o poder, a riqueza e esbanjam egoisticamente enquanto a crescente maioria deve refugiar-se em periferias abandonadas, contaminadas, descartadas.
Isto agrava-se quando se vê a injusta distribuição do terreno (talvez não neste bairro, mas noutros) que, em muitos casos, leva famílias inteiras a pagarem aluguéis abusivos por habitações em condições imobiliárias completamente inadequadas. Sei também do grave problema da sonegação de terras por «empresários privados» sem rosto, que pretendem apropriar-se até do pátio da escola dos próprios filhos. Sucede isto porque se esquece que «Deus deu a terra a todo o género humano, para que ela sustente todos os seus membros sem excluir nem privilegiar ninguém» (João Paulo II, Centesimus annus, 31).
Nesta linha, um grave problema é a falta de acesso às infra-estruturas e serviços básicos. Refiro-me a balneários, fossas, esgotos, recolha de lixo, energia eléctrica, estradas, mas também escolas, hospitais, centros recreativos e desportivos, ateliês artísticos. Mas de modo particular refiro-me à água potável. «O acesso à água potável e segura é um direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros direitos humanos. Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável» (Laudato si’, 30). Negar a água a uma família, sob qualquer pretexto burocrático, é uma grande injustiça, sobretudo quando se lucra com essa necessidade.
Este contexto de indiferença e hostilidade, de que sofrem os bairros populares, agrava-se quando a violência se espalha e as organizações criminosas, ao serviço de interesses económicos ou políticos, utilizam crianças e jovens como «carne de canhão» para os seus negócios ensanguentados. Conheço também os sofrimentos das mulheres que lutam heroicamente para proteger os seus filhos e filhas destes perigos. Peço a Deus que as autoridades assumam juntamente convosco o caminho da inclusão social, da educação, do desporto, da acção comunitária e da tutela das famílias, porque esta é a única garantia duma paz justa, verdadeira e duradoura.
Estas realidades, que enumerei, não são uma combinação casual de problemas isolados. São, antes, uma consequência de novas formas de colonialismo que pretendem que os países africanos sejam «peças de um mecanismo, partes de uma engrenagem gigantesca» (João Paulo II, Ecclesia in Africa, 52). Na realidade, não faltam pressões para que se adoptem políticas de descarte, como a da redução da natalidade que pretende «legitimar o modelo distributivo actual, no qual uma minoria se julga com o direito de consumir numa proporção que seria impossível generalizar» (Laudato si’, 50).
Neste sentido, proponho que se retome a ideia duma respeitosa integração urbana. Nem erradicação nem paternalismo, nem indiferença nem mero confinamento. Precisamos de cidades integradas e para todos. Precisamos de ir além da mera proclamação de direitos que, na prática, não são respeitados, e promover acções sistemáticas que melhorem o habitat popular e projectar novas urbanizações de qualidade para acolher as futuras gerações. A dívida social, a dívida ambiental para com os pobres das cidades paga-se tornando efectivo o direito sagrado aos «três T»: terra, tecto e trabalho. Não é filantropia, é um dever de todos.
Quero apelar a todos os cristãos, especialmente aos Pastores, para que renovem o impulso missionário, tomem iniciativa contra tantas injustiças, envolvam-se nos problemas dos vizinhos, acompanhem-nos nas suas lutas, salvaguardem os frutos do seu trabalho comunitário e celebrem juntos cada vitória pequena ou grande. Sei que já fazeis muito, mas peço-vos para recordardes que não é uma tarefa mais, mas é talvez a mais importante, porque «os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho» (Bento XVI, Encontro com o Episcopado Brasileiro, Catedral de São Paulo/Brasil, 11 de Maio de 2007, 3).
Queridos vizinhos, queridos irmãos! Rezemos, trabalhemos, comprometamo-nos juntos para que cada família tenha um tecto digno, tenha acesso a água potável, tenha um banheiro, tenha energia segura para iluminar, cozinhar e melhorar as suas casas… para que todo o bairro tenha estradas, praças, escolas, hospitais, espaços desportivos, recreativos e artísticos; para que os serviços básicos cheguem a cada um de vós; para que sejam ouvidas as vossas reclamações e o vosso grito por melhores oportunidades; para que todos possais gozar da paz e segurança que mereceis de acordo com a vossa dignidade humana infinita.
Mungu awabariki [Deus vos abençoe].
E peço, por favor, que não vos esqueçais de rezar por mim.
(papa.cancaonova)
SEXTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2015, 7H22


Cavaco mantém reservas quanto à estabilidade e à durabilidade do governo do PS e lembra que só não tem o poder de dissolver a AR. Mas pode demitir governos.



Cavaco Silva deu ontem posse ao XXI Governo Constitucional, liderado por António Costa, mas não está absolutamente seguro de que a solução alternativa à do governo de coligação PSD/CDS – que venceu as eleições, formou governo e viu rejeitado o seu programa no parlamento – garanta as condições de “durabilidade” que o Presidente da República (PR) entende fundamentais para que esta legislatura não seja interrompida a meio.

O _PR está em final de mandato, mas nem por isso se pense que Belém perde força até ser eleito (24 de Janeiro) o substituto de Cavaco. O_próprio fez questão de lembrar que apenas um dos seus poderes se encontra “cerceado”:_o de dissolver o parlamento e convocar novas eleições. Mas pode demitir governos. Ou seja, pode demitir Costa, que chega a primeiro-ministro com o apoio do BE, do PCP _e do PEV. 



E o aviso ganha particular relevo quando Cavaco assume que mantém reservas quanto à solução apresentada por “quatro forças políticas [que] assinaram três documentos de diferente alcance designados por ‘posições conjuntas’”, naquilo que lembrou ser uma “solução inédita na história” da democracia portuguesa. E acrescentou, para memória futura ou para ajudar a sustentar alguma decisão que ainda venha a tomar antes de deixar Belém: “Os referidos documentos são omissos quanto a alguns pontos essenciais à estabilidade política e durabilidade do governo, suscitando questões que, apesar dos esforços desenvolvidos, não foram totalmente dissipadas.”

Para Cavaco, o governo do PS que iniciou agora funções, depois de derrubar o governo de coligação que tomou posse a 30 de Outubro, é um “governo minoritário” que se formou a partir de uma “crise política” pela qual é responsável e cuja “estabilidade” e “durabilidade” está nas mãos dos partidos que o viabilizaram, os mesmos a que é a conferida a “responsabilidade pelo governo que é hoje empossado”, frisou o PR. 



Foi um discurso de confronto, cheio de recados e com um caderno de encargos claríssimo. Cavaco, que fez questão de lembrar que foi eleito por sufrágio universal e directo dos portugueses, prometeu estar vigilante e será o primeiro guardião da herança de Passos Coelho (“Não podemos regredir num caminho que foi árduo, em que foram pedidos muitos sacrifícios aos portugueses”). Sobretudo em matéria de Orçamento, sobre a qual o PR deixou uma garantia: “Tudo farei para que o país não se afaste da actual trajectória de crescimento económico e criação de emprego e preserve a credibilidade externa.” Até porque, avisou, “é uma ilusão pensar que um país como Portugal pode prescindir da confiança dos mercados financeiros e dos investidores externos e, bem assim, do apoio das instituições internacionais”. Alguém falou em não respeitar as regras europeias, como o Tratado Orçamental e o Pacto de Estabilidade e Crescimento? Cavaco, pelo sim pelo não, deixa um lembrete:_“Trata-se de compromissos de Estado que a Assembleia da República sufragou por esmagadora maioria.”

Esquerda demarca-se As considerações de Cavaco Silva a propósito de futuras relações institucionais entre a presidência e o governo mereceram a condenação unânime à esquerda. Em reacção ao discurso de Cavaco Silva, o líder parlamentar socialista, Carlos César, defendeu que o governo agora empossado “não é o resultado de uma divergência”, nem de “uma crise”, como defendeu o PR, mas de uma “convergência” e da “vontade de fazer um país melhor”. Sobre a relação institucional entre Presidente da República e governo, que Cavaco ameaçou manter tensa, o líder parlamentar socialista disse que é importante que seja uma boa relação, mas afirmou também que “não totaliza a estabilidade política e a conjugação de esforços necessária” e que o governo deve concentrar muito do seu tempo “nos problemas do país e não perder tempo nos conflitos institucionais, que são inúteis”.



Também a líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considera que o PR continua a incorrer num “equívoco” quanto à formação deste governo: “O PR optou por fazer o país ter esse compasso de espera, mas o governo que é agora indigitado é o governo que vem, não de uma crise política, mas sim da legitimidade das eleições de dia 4 de Outubro, que representa a nova maioria da Assembleia da República e um acordo para parar o empobrecimento em Portugal”, disse.



Já João Oliveira, o líder da bancada parlamentar do PCP, considerou “grave e preocupante” que o Presidente ainda tivesse ponderado “outras soluções”, nomeadamente manter “em funções de gestão” o governo de Passos Coelho. Manuela Cunha, do PEV, quando interrogada sobre os “recados” do PR ao governo, disse que não estava ali para “ouvir recados”. 

(ionline.pt)


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Nunca ódio e violência 
em nome de Deus



 O apelo do Papa diante dos líderes religiosos
 no segundo dia da visita ao Quénia 

O diálogo entre as diferentes religiões «não é um luxo» nem «um acréscimo ou acessório», mas «é essencial, algo do qual o nosso mundo, ferido por conflitos e divisões tem cada vez mais necessidade». Frisou o Papa Francisco dirigindo-se aos líderes religiosos do Quénia na sede da nunciatura em Nairobi, na manhã de quinta-feira, 26 de Novembro.

Antes de presidir à grande e jubilosa missa no campus da universidade da capital, o Pontífice quis encontrar-se com as diversas representações deste nação rica de diferentes tradições, para recordar que o nome de Deus «nunca deve ser usado para justificar o ódio e a violência». E isto é válido também para essa terra, onde infelizmente ainda é «viva a recordação deixada pelos bárbaros ataques ao Westgate Mall, no Garissa University College e em Mandera. Com demasiado frequência – constatou Francisco – alguns jovens tornam-se extremistas em nome da religião para semear discórdia e medo e para dilacerar o próprio tecido das sociedades». Por isso, é importante que os chefes religiosos sejam «reconhecidos como profetas de paz, agentes de paz que exortam os outros a viver em paz, harmonia e respeito recíproco».
O Papa concluiu invocando o Omnipotente a fim de que comova «os corações de quantos perpetram esta violência» e conceda «a sua paz às nossas famílias e comunidades». O mundo, observou, «justamente espera que os crentes trabalhem com as pessoas de boa vontade para enfrentar os muitos problemas que se repercutem sobre a família humana. Ao olhar para o futuro – convidou – rezemos a fim de que todos os homens e mulheres se considerem irmãos e irmãs, pacificamente unidos nas e através das suas diferenças».
O tema da paz tinha sido tratado também na tarde anterior, no primeiro discurso público em terra queniana, pronunciado na State House durante a cerimónia de boas-vindas. Na residência do presidente Kenyatta, na presença das principais autoridades do país e do corpo diplomático acreditado em Nairobi, Francisco recordou que «o conflito e o terrorismo» se alimentam «com o medo, a desconfiança e o desespero, que nascem da pobreza e da frustração». Por isso, acrescentou, «a luta contra estes inimigos da paz» deve ser travada por pessoas «que, sem medo, acreditam nos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento» do Quénia. Uma nação de jovens, uma nação «jovem e vigorosa», uma «comunidade com ricas diversidades, que interpreta um papel significativo na região» pela sua reconhecida capacidade de «plasmar uma democracia» baseada no respeito recíproco, no diálogo e na cooperação.

www.osservatoreromano.va/pt/news
26 de Novembro de 2015