33º DOMINGO DO TEMPO COMUM - B
Um novo dia
Estamos no
penúltimo domingo do Ano Litúrgico.
A Liturgia nos
fala do fim do mundo e da sua história.
É um convite à ESPERANÇA:
O Deus Libertador
vai mudar a noite do mundo
numa aurora de
vida sem fim.
As Leituras
bíblicas, numa linguagem apocalíptica,
nos estimulam a
descobrir, os sinais desse mundo novo,
que está nascendo
das cinzas do reino do mal.
A Linguagem
apocalíptica é um modo alternativo de falar,
bem compreendido
pelo povo de então.
- Usa imagens
fortes e misteriosas, cheias de elementos simbólicos.
Mas o importante não são as imagens, mas o
conteúdo que querem revelar.
- Não pretende
adivinhar o futuro, mas falar da realidade atual do povo.
- Não pretende
assustar, mas animar o povo em momentos difíceis.
Na 1a leitura, encontramos o Apocalipse de Daniel. (Dn 12,1-3)
O Povo judeu se
encontrava oprimido sob a dominação dos gregos.
Muitos judeus,
apavorados pela perseguição, abandonavam até a fé…
Deus enviou o seu
anjo Miguel como defensor
dos que se
mantiveram fiéis no caminho de Deus.
*O objetivo desse
livro era animar o povo a resistir diante dos opressores
e lembrar que a
vitória final será dos justos que perseverarem fiéis...
É a primeira
profissão de fé na RESSURREIÇÃO, que se encontra na Bíblia.
Esse texto está em
conexão com o evangelho de hoje,
que nos fala da 2a vinda de Cristo e prefigura a vinda de
Cristo libertador.
A 2ª Leitura apresenta a oferta perfeita
de Cristo,
que
nos libertou do pecado e nos inseriu numa dinâmica de vida eterna.
É o caminho do
mundo novo e da vida definitiva. (Hb 10,11-14.18)
No Evangelho, temos o Apocalipse de Marcos.
(Mc 13,
24-32)
Na época em que
Marcos escreveu o seu evangelho,
as comunidades
cristãs estavam agitadas e assustadas
por causa de
guerras e calamidades,
como a destruição
do templo, no ano 70 dC.
* Para
tranqüilizar os cristãos, o autor usa uma linguagem apocalíptica,
descrevendo a
catástrofe do sol e das estrelas e o aparecimento
do Filho do homem
sobre as nuvens para julgar os bons e os maus.
Esse
"Discurso escatológico" de Cristo é o último antes da Paixão.
Jesus anuncia a
destruição de Jerusalém e o começo de uma nova era,
com a sua vinda
gloriosa após a ressurreição.
- Não é uma
reportagem, mas uma CATEQUESE sobre o fim dos tempos.
A Intenção não era
assustar, mas conduzir a comunidade a discernir os fatos
catastróficos e o futuro da comunidade cristã dentro da História.
Não deviam ver
como o fim do mundo, mas o início de um mundo novo.
Portanto, não
deviam dar ouvidos a pessoas que anunciavam o fim do mundo.
Pelo contrário,
deviam ver nos sofrimentos sinais de vida:
como dores de
parto, que prenunciavam o nascimento de uma nova vida…
Quando vai acontecer isso?
A resposta é dada
através da imagem da figueira:
Quando começa a
brotar, o agricultor sabe que está chegando o verão…
e se alegra porque
se aproxima a época da colheita.
- Quanto ao dia e
hora, só o Pai sabe... mais ninguém...
Para nós o mais
importante não é saber quando isso irá acontecer,
mas sim estar
vigilantes e preparados para ele.
E as sombras que vemos no
Mundo de hoje?
O desabamento de
tantas certezas, que julgávamos indestrutíveis...
O desaparecimento
de pessoas que julgávamos insubstituíveis.
O abandono de
certas práticas religiosas que pareciam indispensáveis...
O esquecimento de
tantos valores éticos e morais que tanto apreciamos...
O abandono da fé
de tantas pessoas, que julgávamos fervorosas...
A violência, a
corrupção, a opressão andam soltas...
àComo devemos ver tudo isso? Será o fim do
mundo?
A Palavra de Deus
reafirma, que Deus não abandona a humanidade e
está determinado a
transformar o mundo velho do egoísmo e do pecado
num mundo novo de
vida e de felicidade para todos os homens.
A humanidade não
caminha para a destruição, para o nada;
caminha ao
encontro da vida plena, ao encontro de um
mundo novo.
Nós cristãos
devemos ver a vida presente em estado de gestação,
como germe de uma
vida, cuja plenitude final alcançaremos só em Deus.
Esse mundo sonhado
por Deus é uma realidade escatológica.
Mas desde já um
novo dia está surgindo...
Por isso, devemos
ser para os nossos contemporâneos
sinais de
esperança dessa realidade:
Gente de fé com
uma visão otimista da vida e da história, que caminha,
alegre e
confiante, ao encontro desse mundo novo, que Deus nos prometeu.
Deus que não nos
abandona em nossa caminhada,
Ele vem sempre ao
nosso encontro para nos indicar o caminho.
Da nossa parte,
devemos estar atentos aos sinais de Deus,
confiantes nas
palavras de Cristo, que nos garante:
"O
céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão".
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 15.11.2015
(buscandonovasaguas)
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