terça-feira, 10 de novembro de 2015

O TURISMO QUE NOS ESPERA




NOTAS DO MEU CANTINHO


Está anunciada, nos órgãos de Comunicação Social, a vinda de voos charters da Holanda para ilha do Pico. A notícia, a confirmar-se, é bastante satisfatória para esta ilha, pois vai fazê-la melhor conhecida dos meios internacionais e representa uma nota bastante agradável para os picoenses.
Há muito que se vem escrevendo que o Turismo é a indústria do futuro. A ilha do Pico pouco mais tem para vender ou exportar além das suas belezas paisagísticas, do seu bom clima, da calma e sossêgo das suas gentes. Não contam ou não devem influenciar os casos raros de natureza judiciária que acontecem por esse mundo, com maior intensidade e agressividade. Aqui toda a gente é bem recebida e tratada. Esses poucos que, principalmente na época estival, nos visitam, andam por aí despreocupadamente e até tem um sorriso cativante para com as pessoas com quem se cruzam nas suas andanças.
E não vêm cá somente para vigiar baleias e golfinhos, muito embora a baía das Lajes seja o “santuário” privilegiado para esses cetáceos serem apreciados no seu deambular despreocupado nos mares que nos rodeiam. Mas há muito mais.
E isso prova os encontros que já tivemos com alguns casais que percorrem a ilha, descem aos lugares mais afastados dos povoados, como sejam a Manhenha, o Calhau, a Engrade, e aí eles preferem andar pelos atalhos e veredas ou trilhos, e por cima desses calhaus que afastam a terra do mar.
Há muitos anos que o turismo me preocupa como actividade industrial. Desde os tempos da antiga da Comissão de Planeamento da qual fiz parte, integrado no Grupo de Turismo. Certo é que nada consegui, mas isso não me impede de estar novamente aqui, como já o fiz em outras ocasiões, a pugnar pela organização da indústria do Turismo nesta Ilha. E essa organização não se limita ao agora chamado “turismo rural” que já funciona em várias localidades picoenses.
Com o desenvolvimento dessa actividade, torna-se indispensável a criação de outros estabelecimentos hoteleiros, pois sabe-se que os existentes são insuficientes para receber, no futuro, quantos desejem visitar a ilha e nela permanecer, em repouso reconfortante, que sejam somente horas.
Desenvolvendo-se o turismo aparecem, necessariamente, outras actividades comerciais e industriais, criam-se novos postos de trabalho e, dest`arte, evita-se o desemprego e a saída da juventude para os sítios onde possa encontrar trabalho.
Bons restaurantes, além dos que já existem, felizmente, que ofereçam pratos regionais, que aqui se produzem dos melhores, cómodas instalações, pessoal habilitado, e - importa que se diga – a preços acessíveis. Não se julgue que o industrial do turismo pode enriquecer de um dia para o outro. Tudo deve ser programado, orientado e executado com inteligência e competência.
E já agora, uma referência. E volto ao esquecido campo de golfe. Porque não conclui-lo e pô-lo em actividade? Não será um elemento em certo modo atractivo para aqueles que escolhem o Pico para repousar? E, depois, seguir-se-iam as naturais competições. Mas isso é já para o futuro...
Julgo que em breve se iniciará na vila das Lajes a construção de uma unidade hoteleira. Nem sei com quantas estrelas irá ser classificada. Indispensável que o seja, pouco importando o número, pois é sabido que o turista, normalmente, não vem para residenciais ou pensões, como antigamente. Hoje é mais exigente. Importa satisfazê-los.
Referindo a viagem aérea da Holanda para a Ilha do Pico, no jornal “Tribuna das Ilhas”, donde respigo com a devida vénia esta notícia, escreve MJS : Operada pela “TUI”, esta operação abrirá mais uma porta de entrada na região, nomeadamente nas ilhas do Triângulo, beneficiando não só da proximidade entre elas, mas também das condições de transporte marítimo já disponíveis entre estas três ilhas”.
E porque não táxis aéreos? Será utopia da minha parte?
Que a “TUI” venha e continue com os voos entre a Holanda e o Pico é o que mais importa. O Aeroporto do Pico e igualmente os picoenses têm condições para os receber. Mal seria se influências estranhas procurassem desviar os aviões holandeses para outras paragens.


Lajes do Pico,
18 de Outubro de 2015

Ermelindo Ávila


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