quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Rei Abdullah II da Jordânia: “A guerra interna no Islão é uma terceira guerra mundial”





    O rei Abdullah II nasceu a 30 de janeiro de 1962
    O monarca garante que é descendente direto do Profeta Maomé
    Assumiu o trono em fevereiro de 1999
    É casado com a rainha Rania e têm quatro filhos
    O rei Abdullah II estudou no Reino Unido e nos Estados Unidos
    É também o comandante das Forças Especiais da Jordânia


A Jordânia é a casa de centenas de milhares de refugiados sírios. O reino vive numa pressão permanente, à medida que a ajuda internacional vai falhando e que aumentam as ameaças de terrorismo do auto proclamado Estado Islâmico. Estivemos em Amã para conversar, em exclusivo, com o rei Abdullah II.
O líder jordano disse à euronews que, em relação ao terrorismo, “a Europa está a sofrer com combatentes estrangeiros. Esse é um tema para o qual chamámos a atenção nos últimos dois anos. Esta é, do meu ponto de vista, uma guerra global, uma espécie de terceira guerra mundial. Se agirmos em conjunto na Síria, vamos conseguir criar uma barreira que nos vai permitir abordar o problema de uma forma global. Temos de agir em conjunto e ajudar-nos uns aos outros. Acredito que agora temos de ser sincronizados”.
O rei Abdullah II acrescentou ainda que “para encontrar uma solução política para a Síria, Moscovo é fundamental. São os únicos capazes de garantir ao regime que terão um papel no futuro. Há uma enorme falta de confiança entre o Ocidente e o Oriente. Infelizmente ainda existe esta mentalidade da Guerra Fria. E temos de ultrapassar isso neste novo desafio desta “terceira guerra mundial”.
Abdullah II sublinhou também “os europeus estão apenas a “provar” um pouco do enorme desafio que enfrentamos nos últimos anos e vemos a reação da Europa quando uma pequena percentagem destes refugiados chega à sua costa. (…) Nesta altura, para enfrentar o problema precisamos de 3 mil milhões por ano e, infelizmente, no ano passado recebemos 28% desse valor. Este ano, cerca de 35%. O restante sai dos cofres do governo jordano. Ou seja, a cada ano estamos a gastar um quarto do nosso orçamento não só para cuidar dos refugiados como também para arranjar infraestruturas de suporte. Existe apoio da comunidade internacional, mas quando recebemos ano apenas 35% do que precisamos, um país pequeno como o nosso, que está a tentar trabalhar com o FMI, este é um desafio enorme. Estamos dececionados com a comunidade internacional.”
(euronews)


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