terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Nomeação do Bispo Coadjutor de Angra






“Francisco, Bispo Servo dos Servos de Deus.
Ao Venerando Irmão João evangelista Pimentel lavrador, até ao presente Bispo Titular de Luperciana e Bispo auxiliar da diocese do Porto, constituído Bispo coadjutor da Sé Catedral de Angra, saúde e Benção Apostólica.
No exercício do importantíssimo múnus de Supremo Pastor de todo o rebanho do Senhor, tendo em conta o pedido do Ex.mo Senhor D.. António de Sousa Braga, SCJ, Bispo de Angra, que com insistência solicitou um Bispo que o ajude no governo da grei a ele confiada, partilhando com ele as fadigas e a autoridade, julgamos oportuno atribuir-lhe um Bispo Coadjutor.
Dado que tu, Venerando Irmão, dotado das devidas qualidades e perito nas coisas sagradas, és considerado idóneo para desempenhar cargo de tal natureza, segundo o parecer  da Congregação dos Bispos, com a Nossa autoridade suprema, liberto do vinculo da Sede Titular de Luperciana e do referido cargo de Bispo Auxiliar, nomeamos-te Bispo Coadjutor de Angra com todos os direitos, faculdades e obrigações pertinentes.
Além disso, dispomos que esta carta seja divulgada junto do clero e do povo daquela mesma Sede, cujos diletos filhos exortamos a que te acolham de bom grado e te prestem o devido respeito.
Por fim, Venerando Irmão, procede de forma que, unido em fraterna caridade ao solicito Pastor de Angra, ali possas dia após dia exercer o teu ministério utilizando ao máximo o bom fogo da caridade (cfr S. Ambrósio, in Ps 118,13,2: Pl 15, 1380), a qual possui a primazia entre as virtudes Cristãs.
Que os dons do espírito Paráclito, sob a proteção de Nossa Senhora de Fátima, te sustentem e te confortem sempre.
Dado em Roma, junto de S. Pedro aos 29 de Setembro do ano do Senhor de 2015, terceiro do Nosso Pontificado.

Francisco”

(In: Boletim Paroquial de São Salvador da Sé)


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Ilhas são uma diocese de «pleno direito e com a mesma dignidade na Igreja em Portugal»


D. João é o 39º bispo da Diocese de Angra e reclama a relevância para a Igreja no arquipélago. Natural da Diocese de Coimbra, chega aos Açores como um "pobre Lavrador" que quer "conhecer longamente", "ser açoriano com os açorianos", "gerar comunhão", "convocar para a participação", "valorizar a capacidades de cada um", "a caminhar todos no mesmo sentido".
Agência Ecclesia – Após a nomeação para bispo coadjutor de Angra, no dia 29 de setembro, que proximidade foi criando em relação aos Açores?
D. João Lavrador – Perante o chamamento da Igreja, no momento, digo prontamente ‘sim, eu vou’. Depois fico a interiorizar o que o chamamento me quer dizer e ao que a resposta me obriga, o que aconteceu em várias fases.
Primeiro fiquei perplexo porque não me sinto profeticamente capaz, uma vez que a missão vai ser muito diferente da que tenho tido até agora, tanto na vida presbiteral na Diocese de Coimbra como na equipa episcopal da Diocese do Porto, onde o bispo está à frente e ampara o nosso trabalho. Agora vai ser diferente, embora tenha a graça de contar com o senhor D. António Braga, que estimo muito e desejo que esteja muito tempo!
Surge depois o sentido da fé, o reconhecer que se Deus chama também dá a graça para podermos executar essa missão.
Surge uma segunda etapa, a nível interior: começar a sonhar com os que ainda não conhecemos. Eu não conhecia praticamente nada dos Açores. Tinha ido lá há anos, a S. Miguel, a convite de padre que foi meu colega no Seminário de Coimbra, e há dois anos estive no Pico, numa maravilhosa manifestação de fé em Jesus Cristo, no Santuário do Senhor dos Milagres, e não tive mais contacto.
Comecei a reconhecer que as pessoas a quem eu sou destinado já me pertencem. Na oração, na minha meditação e no sentido da missão a que sou chamado, faço esta transição: estar ainda ligado à Diocese do Porto, já a sentir a saudade de deixar tanta gente que contactei, e, ao mesmo tempo, estar na ansiedade de encontro com os que estão do outro lado e a quem eu me quero integralmente dedicar.
Por último, a proximidade de encontro com diocese que me vai acolher e a quem me quero dedicar. Começa-se a sentir a alegria e o entusiasmo da mudança de vida, uma vez que são formas de estar e de viver diferentes, e da aprendizagem com o povo a ser da sua cultura, uma vez que tem caraterísticas próprias à semelhança de outras regiões do país, e da integração na Igreja que vou apreciando na sua profundidade e na sua religiosidade, nomeadamente a centralidade a Jesus Cristo e a devoção profunda ao Espírito Santo. Começo a sentir-me entusiasmado por este trabalho, assim me queiram acolher nas minhas limitações.


Agência Ecclesia 27 de Novembro de 2015, às 16:39


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