Audiência Geral
Cidade do Vaticano (RV) – O
Papa Francisco acolheu na Praça S. Pedro cerca de 12 mil fiéis para a Audiência
Geral desta quarta-feira (15/03).
Depois da semana dedicada ao
retiro quaresmal, em sua catequese o Pontífice retomou o tema da esperança cristã,
inspirando-se desta
vez no trecho da Carta aos
Romanos que fala da alegria de amar.
O grande mandamento que Jesus
deixou é amar a Deus e o próximo como a nós mesmos. “Somos
chamados ao amor, à caridade. Esta é a nossa vocação mais
sublime, a nossa vocação por excelência”, recordou Francisco.
Todavia, na Carta aos Romanos o
Apóstolo nos adverte para um risco: de que o nosso amor seja hipócrita. “A hipocrisia pode se insinuar de várias maneiras, inclusive no
nosso modo de amar”, alertou o Papa. Isso se verifica quando
somos movidos por interesses pessoais, quando fazemos caridade para ganhar
“visibilidade”, por amor interesseiro ou um “amor de novela”.
A caridade não é uma criação humana. Pelo contrário, é antes de tudo uma graça;
não consiste em mostrar aquilo que não somos, mas aquilo que o Senhor nos doa.
Paulo nos convida a reconhecer
que somos pecadores e que também o nosso modo de amar é marcado pelo pecado. E
então se compreende que tudo o que podemos viver e fazer pelos irmãos nada mais
é do que a resposta àquilo que Deus fez e continua fazendo por nós: o Senhor
abre diante de nós uma via de libertação, de salvação, e dá também a nós a
possibilidade de viver o grande mandamento do amor servindo aqueles que todos
os dias encontramos no nosso caminho, a começar pelos últimos e pelos
mais necessitados,
nos quais Ele se reconhece por primeiro.
A advertência de Paulo, na
verdade, é para nos encorajar e a reavivar em nós a esperança. “De fato, todos
nós fazemos a experiência de não viver plenamente ou como deveríamos o
mandamento do amor. Mas também esta é uma graça, porque nos faz compreender que
também para amar precisamos que o Senhor renove continuamente este dom no nosso
coração, através da experiência de sua infinita misericórdia”. Somente assim
voltaremos a apreciar as pequenas coisas, simples, de todos os dias; e seremos
capazes de amar os outros como Deus os ama, isto é, procurando apenas o seu
bem.
Deste modo,
finalizou Francisco, nos sentiremos felizes por nos aproximarmos do pobre e do
humilde, contentes por nos debruçarmos sobre os irmãos caídos por terra, a
exemplo de Jesus. “Aqui está o segredo para ‘sermos alegres na esperança’:
porque temos a certeza de que, em todas as circunstâncias, inclusive nas mais
adversas, e apesar das nossas faltas, o amor de Deus por nós não esmorece. E
assim, certos de sua fidelidade inabalável, vivemos na alegre esperança de retribuir nos irmãos, com o
pouco que nos é possível, o muito que recebemos Dele todos os dias.”
(radiovaticana)
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