segunda-feira, 6 de março de 2017

Como o telemóvel

​Durante o Angelus o Papa convidou a levar a Bíblia sempre consigo ​

A Bíblia como o telemóvel. Uma «comparação paradoxal» usada pelo Papa Francisco no Angelus de 5 de março, primeiro domingo de quaresma, para recordar aos fiéis reunidos na praça de São Pedro que «se tivéssemos sempre a Palavra de Deus no coração, nenhuma tentação poderia afastar-nos de Deus e nenhum obstáculo nos poderia fazer desviar do caminho do bem; saberíamos vencer as quotidianas insinuações do mal que está em nós e fora de nós; seremos mais capazes de viver uma vida ressuscitada segundo o Espírito, acolhendo e amando os nossos irmãos, especialmente os mais débeis e necessitados, e também os nossos inimigos».

Na reflexão que precedeu a oração mariana o Pontífice recordou o episódio evangélico das tentações de Cristo, evidenciando que, para responder às propostas do diabo «Jesus não profere qualquer palavra própria: responde somente com a Palavra de Deus. E assim o Filho, repleto da força do Espírito Santo, sai vitorioso do deserto». Portanto, cada cristão é convidado sobretudo na quaresma a «seguir as pegadas de Jesus e a enfrentar o combate espiritual contra o Maligno com a força da Palavra de Deus».
Neste ponto Francisco lançou a sua original provocação: «o que aconteceria se tratássemos a Bíblia como tratamos o nosso telemóvel? Se a levássemos sempre connosco; se voltássemos para trás quando a esquecemos: se lêssemos as mensagens de Deus contidas na Bíblia como lemos as mensagens do telemóvel?». Um convite explícito a «familiarizar com a Bíblia: lê-la frequentemente, meditá-la, assimilá-la», porque nela está contida «a Palavra de Deus, que é sempre atual e eficaz».
No final do Angelus, saudando como de costume os grupos de fiéis presentes na praça, o Papa apresentou de novo o sentido da quaresma, «que – explicou – é o caminho do povo de Deus rumo à Páscoa, um caminho de conversão, de luta contra o mal com as aramas da oração, do jejum e das obras de caridade».
Ao desejar a todos «que o caminho quaresmal seja rico de frutos», o Pontífice pediu em particular «uma lembrança na oração por mim e pelos colaboradores da Cúria romana, que hoje à tarde iniciaremos a semana de exercícios espirituais».
osservatoreromano




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