quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Papa às autoridades da Colômbia


 Solidariedade contra os "cem anos de solidão"

Bogotá (RV) – O primeiro compromisso oficial do Papa Francisco em Bogotá foi com autoridades, diplomatas e representantes da sociedade civil.

Diante do Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o Pontífice enalteceu a biodiversidade e a cultura do país. Mas, de modo especial, manifestou seu apreço pelos esforços feitos nas últimas décadas para combater a violência armada e encontrar caminhos de reconciliação.

“Os passos dados fazem crescer a esperança, na convicção de que a busca da paz é uma obra sempre em aberto, uma tarefa que não dá tréguas e exige o compromisso de todos”, afirmou o Papa, recordando que no centro de toda ação política, social e econômica deve estar a pessoa humana, a sua dignidade e o respeito pelo bem comum.

A força da lei

“Não é a lei do mais forte, mas a força da lei (a lei que é aprovada por todos) que rege a convivência pacífica”, recordou Francisco. Leis que não nascem de uma exigência pragmática de ordenar a sociedade, mas do desejo de resolver as causas estruturais da pobreza que geram exclusão e violência. “Não esqueçamos que a desigualdade é a raiz dos males sociais”, reiterou, encorajando a olhar para todos aqueles que hoje são excluídos e marginalizados pela sociedade.

Cem anos de solidão

O Papa citou o escritor colombiano Gabriel García Márquez, que em seu discurso por ocasião do Nobel da Literatura em 1982 afirmou: “Perante a opressão, o saque e o abandono, a nossa resposta é a vida. Nem os dilúvios nem as pestes, nem as carestias nem os cataclismos, nem mesmo as guerras sem fim durante séculos e séculos conseguiram reduzir a vantagem tenaz da vida sobre a morte”. Então é possível – continua o escritor – “uma nova e arrebatadora utopia da vida, onde as estirpes condenadas a cem anos de solidão tenham, por fim e para sempre, uma segunda oportunidade sobre a terra”.

Os colombianos não estão sós

Para o Pontífice, o tempo gasto no ódio e na vingança é muito, e a solidão de estar sempre uns contra os outros aproxima-se dos cem anos. E concluiu falando do motivo da visita apostólica: “Quis vir aqui para dizer-lhes que não estão sozinhos, que somos muitos que queremos acompanhar esta etapa. Esta viagem quer ser um incentivo para vocês, uma contribuição que aplane de algum modo o caminho para a reconciliação e a paz”.



(radiovaticana)

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