Solidariedade
contra os "cem anos de solidão"
Bogotá (RV) – O
primeiro compromisso oficial do Papa Francisco em Bogotá foi com autoridades,
diplomatas e representantes da sociedade civil.
Diante do Presidente
da Colômbia, Juan Manuel Santos, o Pontífice enalteceu a biodiversidade e a
cultura do país. Mas, de modo especial, manifestou seu apreço pelos esforços
feitos nas últimas décadas para combater a violência armada e encontrar
caminhos de reconciliação.
“Os
passos dados fazem crescer a esperança, na convicção de que a busca da paz é
uma obra sempre em aberto, uma tarefa que não dá tréguas e exige o compromisso
de todos”, afirmou o Papa, recordando que no centro de toda ação política,
social e econômica deve estar a pessoa humana, a sua dignidade e o respeito
pelo bem comum.
A força
da lei
“Não é a
lei do mais forte, mas a força da lei (a lei que é aprovada por todos) que rege
a convivência pacífica”, recordou Francisco. Leis que não nascem de uma
exigência pragmática de ordenar a sociedade, mas do desejo de resolver as
causas estruturais da pobreza que geram exclusão e violência. “Não esqueçamos
que a desigualdade é a raiz dos males sociais”, reiterou, encorajando a olhar
para todos aqueles que hoje são excluídos e marginalizados pela sociedade.
Cem anos
de solidão
O Papa
citou o escritor colombiano Gabriel García Márquez, que em seu discurso por
ocasião do Nobel da Literatura em 1982 afirmou: “Perante a opressão, o saque e
o abandono, a nossa resposta é a vida. Nem os dilúvios nem as pestes, nem as
carestias nem os cataclismos, nem mesmo as guerras sem fim durante séculos e
séculos conseguiram reduzir a vantagem tenaz da vida sobre a morte”. Então é
possível – continua o escritor – “uma nova e arrebatadora utopia da vida, onde
as estirpes condenadas a cem anos de solidão tenham, por fim e para sempre, uma
segunda oportunidade sobre a terra”.
Os
colombianos não estão sós
Para o
Pontífice, o tempo gasto no ódio e na vingança é muito, e a solidão de estar
sempre uns contra os outros aproxima-se dos cem anos. E concluiu falando do
motivo da visita apostólica: “Quis vir aqui para dizer-lhes que não estão
sozinhos, que somos muitos que queremos acompanhar esta etapa. Esta viagem quer
ser um incentivo para vocês, uma contribuição que aplane de algum modo o
caminho para a reconciliação e a paz”.
(radiovaticana)
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