sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Tolerância zero contra os abusos sexuais

· ​O Papa reafirmou a linha de severidade e firmeza empreendida pela Igreja ·


O Santo Padre confirmou a linha de «tolerância zero» empreendida pela Igreja contra os responsáveis por abuso sexual infantil. Uma linha que «a Igreja irrevogavelmente e a todos os níveis pretende aplicar», frisou durante a audiência aos membros da Pontifícia comissão para a tutela dos menores, recebidos no Vaticano, na manhã de quinta-feira, 21 de setembro.
«O escândalo do abuso sexual – denunciou o Pontífice – é deveras uma ruína terrível para toda a humanidade, e abrange muitas crianças, jovens e adultos vulneráveis em todos os países e em todas as sociedades». Para a Igreja, em particular, a tomada de consciência deste fenómeno «foi uma experiência muito dolorosa», porque evidenciou as responsabilidades de «quantos atraiçoaram a própria chamada e abusaram dos filhos de Deus».
O Papa voltou a manifestar «profunda dor» e «vergonha pelos abusos cometidos por ministros sagrados, que deveriam ser as pessoas mais dignas de confiança», reafirmando «com toda a clareza que o abuso sexual é um pecado horrível, completamente oposto e em contradição com o que Cristo e a Igreja nos ensinam». Eis porque, repetiu, «a Igreja, a todos os níveis, responderá com a aplicação das medidas mais severas» contra os culpados.
«As medidas disciplinares que as Igrejas particulares adotaram – afirmou o Pontífice – devem ser aplicadas a quantos trabalham nas instituições da Igreja». Contudo, acrescentou, «a responsabilidade primordial é dos bispos, dos sacerdotes e dos religiosos, de quantos receberam do Senhor a vocação de oferecer a própria vida ao serviço, incluindo a proteção vigilante de todas as crianças, jovens e adultos vulneráveis».
No seu discurso Francisco não deixou de evidenciar o importante trabalho realizado pela comissão nos últimos três anos. Trabalho desempenhado também através de alguns encontros com «as vítimas e os sobreviventes de abusos», que viram a participação do próprio Pontífice e confirmaram o compromisso «a fazer todo o possível para combater este mal e eliminar esta ruína entre nós». Particularmente «preciosa» foi a ação empreendida «a fim de compartilhar as práticas melhores sobretudo pelas Igrejas que têm menos recursos para este crucial trabalho de proteção». E a tal finalidade o Papa encorajou a comissão a prosseguir na colaboração com as Congregações para a doutrina da fé e para a evangelização dos povos «a fim de que tais práticas sejam inculturadas nas diversas Igrejas de todo o mundo».

(osservatoreromano)

Sem comentários: