Roma,
26 Nov. 18 / 08:27 am (ACI).- Comentando a passagem do Evangelho
sobre a oferta da viúva no templo, no contexto de sua homilia da missa desta
segunda-feira, celebrada na Casa Santa Marta, o Santo Padre chamou de doença o
consumismo dos dias de hoje e afirmou que todo cristão é capaz do “milagre da
generosidade”.
Segundo
o Pontífice, no Evangelho de hoje, o Senhor quer nos dizer “outra coisa quando
afirma que a viúva lançou mais do que todos porque deu “tudo quanto tinha para
viver”. “A viúva, o órfão, o migrante, o estrangeiro eram os mais pobres na vida de Israel” a ponto que quando se
queria falar dos mais pobres, se fazia referência eles. Esta mulher “deu o
pouco que tinha para viver” porque confiava em Deus, era uma mulher das
bem-aventuranças, era muito generosa: “dá tudo porque o Senhor é mais que tudo.
A mensagem deste trecho do Evangelho é um convite à generosidade”, afirmou o
Papa Francisco, que contou algumas histórias sobre a generosidade que
presenciou durante sua vida.
“Pense.
As pequenas coisas: façamos, por exemplo, uma viagem nos nossos quartos, uma
viagem no nosso armário. Quantos sapatos tenho? Um, dois, três, quatro, 15,
20... cada um pode dizer. Demasiados... Eu conheci um monsenhor que tinha 40...
mas se você tem tantos calçados, dê a metade. Quantas roupas que não uso ou uso
uma vez por ano? É um modo de ser generoso, de dar o que temos, de
compartilhar”, afirmou.
Depois
falou de uma senhora que conheceu que cada vez que fazia compras “comprava para
os pobres 10% do que consumia”. Ela dava o “dízimo” aos pobres, destacou.
Segundo o Papa Francisco cada um de nós pode fazer “milagres com a
generosidade”.
“A
generosidade das pequenas coisas, poucas coisas. Talvez não fazemos isso porque
não pensamos. A mensagem do Evangelho nos faz pensar: como posso ser mais
generoso?”
Um pouco
mais, não muito... “É verdade, padre, é assim, mas... não sei porque, mas
sempre há o medo...” Mas há outra doença, que é a doença contra a generosidade
hoje: a doença do consumismo.
O Papa
fez uma nova crítica ao consumismo, e convidou que cada um de nós pense na
generosidade nas pequenas coisas, aquelas nos sobram, porém podem fazer falta a
outros.
“Uma
doença séria, a do consumismo, de hoje! Eu não digo que todos nós fazemos isso,
não. Mas o consumismo, o gastar mais do que precisamos, uma falta de
austeridade de vida: este é um inimigo da generosidade. E a generosidade
material – pensar nos pobres, “isso posso dar para que possam comer, para que
se vistam” – essas coisas, tem outra consequência: alarga o coração e o leva à
magnanimidade.
Ao final
de sua reflexão sobre o Evangelho de hoje, o Papa exortou os cristãos a
percorrerem o caminho da generosidade, iniciando com um “controle em casa”,
isto é, pensando “naquilo que não me serve, que servirá a outra pessoa, para um
pouco de austeridade”.
Segundo o
Santo Padre, no texto divulgado hoje na página oficial do Vaticano em
português, é necessário pedir ao Senhor “que nos liberte” daquele mal tão
perigoso que é o consumismo, que torna escravos, uma dependência do gastar.
“Peçamos
esta graça ao Senhor: a generosidade, que alarga o nosso coração e nos leva à
magnanimidade”, concluiu.
(vaticannews)
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