quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Desprezo e indiferença também matam




Até o insulto, o desprezo e a indiferença em relação ao próximo «podem matar», recordou o Papa voltando a abordar um tema recorrente do próprio magistério na audiência geral de quarta-feira 17 de outubro, na praça de São Pedro. No âmbito do ciclo de catequeses sobre o Decálogo, o Pontífice prosseguiu a reflexão sobre o quinto mandamento, iniciada na semana passada, e comentando o trecho bíblico tirado do Evangelho de Mateus (5, 21-24), equiparou estas três atitudes ao ódio homicida. Meditando em particular sobre o primeiro, com um acréscimo ao texto preparado, constatou que «nós estamos habituados a insultar. E em nós o insulto nasce espontâneo como se fosse um respiro». Mas, advertiu, «Jesus diz-nos: “Detém-te, porque o insulto faz mal, mata”». E o mesmo acontece com o desprezo, considerado «uma forma de matar a dignidade de uma pessoa». Eis porque, desejou Francisco, «seria bom se este ensinamento de Jesus entrasse na mente e no coração» de cada um.
Ciente de que «nenhum código humano equipara gestos tão diferentes, atribuindo-lhes o mesmo grau de juízo», o Papa observou que ao contrário, «coerentemente, Jesus» convida até a interromper a oferenda do sacrifício no templo, se nos recordarmos que um irmão está ofendido connosco, ir à sua procura e a reconciliar-se com ele. Por conseguinte, «também nós, quando vamos à Missa, deveríamos ter esta atitude de reconciliação com as pessoas com as quais tivemos problemas». Ao contrário, na prática «enquanto esperamos» o celebrante «bisbilhotamos um pouco e falamos mal do próximo». Mas, recomendou, «Isto não se pode fazer! Pensemos na gravidade do insulto, do desprezo, do ódio: Jesus coloca-os ao nível do assassínio». De resto, esclareceu com exemplos concretos, «para ofender a inocência de uma criança é suficiente uma frase inoportuna. Para ferir uma mulher, pode bastar um gesto de insensibilidade. Para partir o coração de um jovem, é suficiente negar-lhe a confiança. Para aniquilar um homem basta ignorá-lo. A indiferença mata. É como se disséssemos a outrem: “Para mim tu estás morto”».
Em síntese, concluiu o Papa, «não amar é o primeiro passo para matar; e não matar é o primeiro passo para amar».
(osservatoreromano)


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