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“É uma questão atual e fundamental a fim de tutelar as bases da
convivência da família humana, que merece ser novamente tema de uma reflexão
profunda e sistemática", destaca Bento XVI na carta.
Mariangela Jaguraba - Cidade do Vaticano
Teve início, nesta quinta-feira
(15/11), em Roma, o simpósio internacional “Direitos fundamentais e
conflitos entre os direitos”, promovido pela Fundação Vaticana
Joseph Ratzinger-Bento XVI junto com a Universidade Lumsa (Libera
Università Maria Santissima Assunta).
Para a ocasião, o Papa
emérito Bento XVI enviou uma carta ao presidente da fundação Joseph
Ratzinger-Bento XVI, pe. Federico Lombardi, que foi lida na abertura do evento,
esta manhã.
Convivência da família
humana
Na missiva, Bento XVI
manifesta seu apreço pela iniciativa, “considerando-a extraordinariamente
útil”. Segundo o Papa emérito, é importante falar claramente sobre a
“problemática da ‘multiplicação dos direitos’ e do risco da ‘destruição da
ideia de direito’”.
“É uma questão atual e
fundamental a fim de tutelar as bases da convivência da família humana, que
merece ser novamente tema de uma reflexão profunda e sistemática, conforme
demostrado pelo programa do simpósio”, destaca Bento XVI na carta.
O Papa emérito manifesta
aos relatores e participantes do encontro sua estima e proximidade na oração “a
fim de que o Senhor abençoe os trabalhos como um serviço precioso para a Igreja
e o bem da família humana”.
Remover os muros de
separação
O Papa Francisco também
enviou uma carta a pe. Lombardi, por ocasião do simpósio.
O Pontífice recorda o
aproximar-se do aniversário de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, sublinhando que “é oportuno não somente celebrar a memória desse
evento histórico, mas também estabelecer uma reflexão profunda sobre a
implementação e o desenvolvimento da visão dos direitos humanos no mundo
atual”.
No discurso ao Corpo
Diplomático, em janeiro passado, dedicado a essa declaração, Francisco observa
que esse documento “visa remover os muros de separação que dividem a família
humana e favorecer o desenvolvimento humano integral”.
O Papa destaca que “no
decorrer dos anos, a interpretação de alguns direitos foi mudando
progressivamente, a fim de incluir uma diversidade de novos direitos, muitas
vezes em oposição um ao outro. Abre-se assim, uma série de problemas que
envolvem profundamente a ideia de direito e seus fundamentos.”
A propósito de Bento XVI
Francisco recorda que “o
Papa emérito Bento XVI sentiu com lucidez a urgência dessas temáticas para o
nosso tempo e agiu com autoridade sobre isso como pensador e como pastor. Por
isso, vinte anos atrás a Universidade Lumsa concedeu ao cardeal Ratzinger
a laurea honoris causa em Jurisprudência”.
Francisco conclui a
missiva, desejando que esse simpósio, obtendo inspiração do pensamento e do
magistério do Papa emérito Bento XVI, “possa contribuir com coragem e
profundidade a iluminar uma problemática essencial para a tutela da dignidade
da pessoa humana e seu desenvolvimento integral”.
(vaticannews)
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