Roma,
29 Nov. 18 / 08:01 am (ACI).-
“Nada mais que o martírio pode marcar a maneira própria do cristão de
participar na história da salvação da humanidade. Os mártires levam avante o
Reino de Deus, semeiam cristãos para o futuro, são a verdadeira glória da Igreja e
nossa esperança”, escreveu o Papa Francisco em uma carta a dois frades
franciscanos que vivem na Síria e atendem os pobres e os cristãos perseguidos
neste país.
A
carta foi enviada aos frades como resposta a um testemunho que eles enviaram ao
Santo Padre contando o sofrimento dos cristãos e de todo o povo sírio que enfrenta
há anos uma guerra civil e um cenário de calamidade e fome.
A carta foi escrita
aos reverendos Padres Hanna Jallouf e Louai Bsharat, ambos da Ordem dos Frades
Menores (OFM) e foi publicada na íntegra no site da Custódia da Terra Santa em
Português.
Abaixo reproduzimos
o texto da missiva na sua íntegra:
Caríssimos Padre Hanna e Padre Louai,
agradeço a carta
que me faz participar de vosso testemunho na sofrida terra da Síria. Desejo
participar de vosso sofrimento e dizer-vos que estou próximo de vós e das
comunidades cristãs, tão provadas pela dor vivida na fé em Cristo Jesus. Quanto
sofrimento, quanta pobreza, quanta dor de Jesus que sofre, que é pobre, que é
expulso de sua Pátria! É Jesus! Isso é mistério. É nosso mistério cristão. Em
vós e nos habitantes da amada Síria nós vemos Jesus sofredor.
Nada mais que o
martírio pode marcar a maneira própria do cristão de participar na história da
salvação da humanidade. Os mártires levam avante o Reino de Deus, semeiam
cristãos para o futuro, são a verdadeira glória da Igreja e nossa esperança.
Esse testemunho é aviso de não se perder em meio da tempestade. Não poucas
vezes o mar da vida nos reserva tempestade, mas das vagas
existenciais nos chega um sinal inesperado de salvação: Maria, a Mãe do Senhor,
espantada, em silêncio, olha para o Filho inocente crucificado, que enche de
sentido a vida e a salvação do povo.
Asseguro-vos a
constante lembrança na comunhão eucarística a fim de que a indizível dor se
transfigure na divina esperança, que o Apóstolo Paulo nos confirma na Epístola
aos Romanos: «Quem nos separará do amor de Cristo? Talvez a tribulação, a
angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Como está
escrito:“Por tua causa fomos condenados à morte cada dia, somos tidos como
ovelhas a ser carneadas. Mas, en tudo isso somos mais que vencedores, graças
Àquele que nos amou”.
Imploro à Nossa
Senhora a fim de que vos guarde sob seu Manto de Graças e interceda para vós o
dom da perseverança. Abençoo de coração a todos vós e a todas as famílias
cristãs, que foram confiadas à vossa corajosa guarda.
Por favor,
continuai a rezar também por mim.
Franciscus
(acidigital)
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