Por ocasião da oitava edição do Festival da Doutrina Social da
Igreja que começou nesta quinta-feira (22), em Verona, na Itália, o Papa
Francisco enviou uma mensagem em vídeo e abordou três situações em que não se
pode correr o risco de perder a liberdade: na indigência, no domínio da
tecnologia e na redução do homem a consumidor.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco enviou
uma mensagem em vídeo aos participantes do Festival
da Doutrina Social que começou nesta quinta-feira (22), em
Verona, na Itália. Seguindo o tema do encontro, sobre “o risco da liberdade”, o
Pontífice convidou à reflexão desse caminho seguido por homens, mulheres,
sociedade e civilização, um percurso muitas vezes desviado por “guerras,
injustiças e violações dos direitos humanos”.
O desejo de liberdade,
“que é o grande presente de Deus à Criação”, não pode perder o seu significado
maior, disse o Papa: “todos juntos precisamos nos empenhar para eliminar aquilo
que priva os homens e as mulheres do tesouro da liberdade”, reencontrando
aquele “sabor” que sabe “proteger a ‘Casa Comum’ que Deus nos deu”.
Quando se corre o risco de perder a liberdade
O Papa Francisco, então,
citou três situações em que não se pode correr o risco de perder a liberdade: a
indigência, o domínio da tecnologia e a redução do homem a consumidor.
Partindo da primeira, a
indigência, o Pontífice alertou, novamente, para a cultura do descarte vivida
por quem sofre as “grandes injustiças” do mundo. Não é somente um fenômeno de
exploração e opressão, disse o Papa, mas de pessoas “excluídas” e rejeitadas,
como “restos” de comida: “se um homem ou uma mulher são reduzidas a ‘resto’,
não só sentem os maus frutos da liberdade”, como têm roubada a possibilidade de
arriscar a própria liberdade para si, para a família e por uma vida digna.
Já o desenvolvimento
tecnológico, segundo Francisco, é outra situação que influencia negativamente
para se ter a experiência da liberdade. Quando não é acompanhado de “responsabilidade,
valores e consciência”, acrescentou o Papa ao recordar palavras de Paulo VI da
década de 70, “a absolutização da técnica pode se voltar contra o homem”.
A terceira situação
negativa, indicou Francisco, “é representada pela redução do homem a mero
consumidor”. Nesse sentido, a liberdade de consumir é uma “ilusão” ou nem é
considerada liberdade, porque a grande maioria não detém o poder econômico: “é
uma escravidão, a experiência quotidiana é marcada pela resignação,
desconfiança, medo e fechamento”.
Ser livre é desafio permanente
Embora possam existir
esses desvios, todos temos o desejo de correr riscos para ter a própria
liberdade, disse o Papa, inclusive quem vive situações de escravidão e
exploração. E o Festival de Verona, acrescentou ele, traz testemunhos que
ajudam a ilustrar quem venceu essa realidade, com “força e esperança”, em
histórias em que se pode dizer: “sim, é possível ‘o risco da liberdade’!”.
A verdadeira resposta às
diferentes formas de escravidão, disse Francisco, vem de quem tem estilo de
vida solidário e aberto, “porque se movem como pessoas livres”. Ser livre,
comentou o Papa, “é um desafio permanente”, dá coragem, faz sonhar, cria
esperança e contém “uma força que mais forte que qualquer escravidão. O mundo
precisa de pessoas livres!”.
Sejam pessoas livres!
Esse foi o desejo final
do Papa Francisco aos participantes e voluntários do Festival de Verona que
termina no domingo (25): que sejam pessoas livres e que não tenham medo de
sujar as mãos para realizar o bem e ajudar quem precisa.
(vaticannews)
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