VII Domingo do Tempo Comum
Igreja de Santa Cruz - Coimbra
"O
Perdão dos Pecados"
O
Evangelho de Marcos apresenta: "Quem
é Jesus".
Já
vimos que é aquele que liberta dos males físicos...
Hoje
veremos que liberta também dos males espirituais.
E
o pior deles é o PECADO...
No
passado, havia uma idéia exagerada de pecado: "Tudo era
pecado".
Hoje,
muitos perderam a consciência do pecado e,
consequentemente,
a necessidade do perdão e da misericórdia.
As
Leituras falam do pecado e da atitude de Deus diante do pecador:
Toda
a História da Salvação é uma mensagem de esperança,
um
anúncio de perdão, uma manifestação do amor misericordioso de
Deus.
A
1ª Leitura
mostra Deus e o Pecado do seu
Povo. (Is
43,18-19.21-24b-25)
Os
israelitas, escravos e humilhados na Babilônia, se perguntavam:
"Por
que Deus permitiu que fôssemos reduzidos a escravos,
depois
de ter dado tantas provas de amor no passado?
Terá
Deus esgotado sua paciência diante da dureza do nosso coração?"
- Pelo profeta, Deus
responde, com amor e ternura:
"Não penseis
no passado... Sou eu quem apaga tuas culpas...
e já não me lembrarei dos teus pecados".
*
A situação desesperadora dos exilados na Babilônia
é
uma imagem do que acontece com aqueles que se afastam de Deus
e
se tornam escravos dos seus pecados.
O
que fazer então? Perder qualquer esperança?
Não,
Deus continua sendo o libertador, como no passado.
Deus
responde com misericórdia e perdão... Perdoa e esquece...
Deus
continua sempre amando seu povo... mesmo quando pecador...
A
2ª Leitura
é um convite a vivermos com autenticidade
o
nosso SIM a Deus. (2Cor
1,18-22)
O
Evangelho
apresenta Jesus e o Pecado.
(Mc
2,1-12)
-
Jesus, excluído da Sinagoga, começa a ensinar nas "casas",
onde se juntava grande número de pessoas para escutar sua Palavra.
-
Chega "à casa" um paralítico, que não pode mover-se por
si mesmo,
transportado por "quatro" amigos que o introduzem pelo
teto...
-
Jesus, vendo a fé deles,
afirma: "Filho, os teus pecados
estão perdoados".
-
Os Escribas "sentados" na casa reagem:
"Está blasfemando!... Só Deus
pode perdoar pecados..."
-
E Jesus reafirma: "Para que
saibais que o Filho do Homem
tem o poder de perdoar...
levanta-te e vai..."
A cura, acompanhada do perdão, é sinal da Salvação integral,
proporcionada pela graça e misericórdia do Senhor.
-
E diante disso, o povo reage: "Nunca
vimos coisa semelhante..."
O paralítico,
livre da "cama" que o prendia,
purificado e
reconciliado com Deus, agora é um homem novo, livre,
que rejeita a
escravidão do pecado e adere a Jesus e ao seu Reino.
* O Paralítico
representa a humanidade inteira, afastada de Deus e
impossibilitada não
só de conseguir a própria cura,
mas até de aproximar-se daquele que a pode proporcionar.
O perdão dos pecados é sempre iniciativa da misericórdia infinita
de Deus.
A Humanidade só pode mesmo apresentar a Jesus a própria
enfermidade...
+
A Igreja continua o perdão
de Jesus:
O poder de perdoar os pecados, que Jesus tinha, continua na Igreja
a quem foi entregue na 1ª aparição do Cristo Ressuscitado:
"Recebam o Espírito Santo, a quem perdoardes... serão
perdoados..."
Os apóstolos foram perdoados... e enviados a perdoar em nome de
Deus...
+
A Igreja é comunidade do
perdão fraterno:
A Igreja não é uma Comunidade de santos, mas de pecadores
perdoados...
que precisam pedir e oferecer o perdão...
No Pai Nosso: "perdoai as
nossas ofensas, assim como nós perdoamos..."
* Portanto, o perdão, que necessitamos, depende do perdão que
damos...
+
O Sacramento da
Reconciliação ou Penitência...
Não pode se reduzir a apenas um ritualismo de contar os pecados ao
padre.
Precisa um processo de conversão, pelo qual
o cristão se reconhece pecador e deseja refazer sua vida cristã.
+
Sacramento da Alegria:
Nasceu no dia de Páscoa,
num clima de alegria
e vitória
(sobre a morte e o pecado).
A alegria de experimentar o Perdão do Senhor e a Comunhão com os
irmãos...
sentir-se perdoado e aceito por um Deus, pai e amigo, que nos repete
:
"Filho, teus
pecados estão perdoados..."
+ Gesto
de solidariedade: caminho de
libertação:
Enquanto
os ouvintes e seguidores de Cristo "sentados" enchiam a
casa...
e
impediam o doente de se aproximar...
os
quatro amigos solidários encontraram o jeito para levar o doente até
Jesus.
E
Jesus "vendo a fé que ELES
tinham...":
curou o doente...
*
Muitos dos nossos irmãos continuam vítimas de sistemas de exclusão,
porque
não conseguimos testemunhar os valores do "Reino" e
não
somos sinais da ternura e da bondade de Deus
-
E Nós,
que enchemos as igrejas, podemos ficar pensando só em nós...
impedindo
que os "paralíticos"
de hoje se aproximem de Jesus
ou
acompanhamos essas pessoas até Cristo, para que as liberte?
Qual é a nossa
atitude diante do pecado?
Reconhecemos
com humildade os nossos pecados?
Buscamos
com regularidade o perdão de Deus, que nos é dado através da
Igreja?
Pe.
Antônio Geraldo Dalla Costa - 19.02.2012