Como previsto, iniciaram-se ontem as Catequeses do Caminho Neocatecumenal.
O Sr Padre Dolores, ouvidor de Angra, em substituição do Sr Vigário Geral, fez a apresentação da Equipa do Caminho, aos presentes.
O Catequista Lourenço entre muitas coisas deu a conhecer a “história real” do Caminho:
Era uma vez …
Um rapaz chamado Francisco – Kiko para a família e os amigos -, de nacionalidade espanhola, licenciado em Belas Artes, filho de pais de classe média alta, educado na religião católica. Dedicou-se à Pintura e ganhou o 1º prémio num evento artístico que lhe proporcionou uma bolsa de três anos, em Paris. Durante esse tempo viveu uma vida de boémio, abusando do álcool e do jogo, pois a vida não lhe dizia nada, sentia um vazio dentre de si.
Nesta altura, 1962-1965, estava a decorrer em Roma, o Concílio Vaticano II. O Espírito Santo estava a suscitar ao Papa, aos Cardeais e aos Bispos, uma renovação para a Igreja. Simultaneamente o mesmo Espírito escolhia e a preparava os trabalhadores para a sua vinha: carismáticos, focolares, caminho neocatecumenal ...
Entretanto o nosso jovem, regressou a Paris e alguém conhecido viu o seu modo de vida e convidou-o para um “curso de cristandade”, que lhe causou algum efeito. Começou a ler a Bíblia.
Kiko tinha uma empregada que vivia nas barracas da periferia de Paris, em Palomeras; um dia ela pediu-lhe ajuda porque o marido era alcoólico e batia-lhe muito. Kiko foi lá falar com ele; levou a Bíblia e instalou-se num galinheiro abandonado, junto das barracas. Estas eram “residência” de ladrões, ciganos , prostitutas, drogados, … tudo o que era marginalizado pela sociedade.
No princípio, julgavam-no espião do governo vigente, mas rapidamente constataram que era inofensivo: só lia a Bíblia e tocava no seu violão. Começaram a chegar-se para que lesse para eles e foram verificando que aquela PALAVRA lhes dizia respeito, que de facto aqueles pecadores de que falava a Bíblia, eram eles e que Deus os amava assim mesmo, pecadores.
Algures em Barcelona, licenciava-se em Química a descendente de um império de empresas dessa área, uma moça de nome Carmen. Decidiu ter uma vida completamente diferente daquela que os pais haviam determinado para ela, e foi para religiosa missionaria destinada à Colombia. Procurava voluntários para colaborarem com ela e falaram-lhe desse Kiko. Procurou-o nas barracas e acabou ela também em Palomeras.
O grupo foi crescendo e sentindo necessidade de celebrar a LITURGIA, pois eram assíduos à Palavra viviam em comunhão de sentimentos, com o mesmo espírito e vontade. Este pequeno grupo tornou-se uma COMUNIDADE. Frequentaram a Igreja da paróquia algumas vezes, mas foram expulsos porque estavam andrajosos e cheiravam mal. Então o Kiko convidou Padres para irem celebrar às barracas. Isso aconteceu algumas vezes. Até que o Pároco se queixou ao Bispo, que foi visitar as barracas e após estudo e reflexão sobre o que viu, autorizou e pediu ao Kiko que criasse outras comunidades ... até hoje.
Depois de muitas tribulações e passados 45 anos, o Caminho Neocatecumenal está em Angra do Heroísmo, já com Estatutos e Liturgia aprovados pelos Papas João Paulo II e Bento XVI . Todavia, continua a ser maltratado e flagelado, como fizeram com os apóstolos e os primeiros cristãos, apesar de estarmos no século XXI.
Quer se queira ou não, o Caminho Neocatecumenal, não é um movimento, mas sim uma iniciação cristã.
Cremos que, este carisma converta também o nosso coração de pecadores, como aconteceu com os marginais de Palomeras, que creram no Espírito Santo que receberam pela Palavra e pela Liturgia dentro da Comunidade de irmãos.
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