sábado, 18 de fevereiro de 2012

Se não fosse a Arte Sacra, que seria dos Museus?







O dia da última quinta feira, foi passado no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa. O que lá nos levou, foi uma exposição espanhola de Arte Sacra proveniente de Valladolid, mas acabamos por ver todas as exposições.
Umas são esculturas, outras pinturas, passando por mobiliário e peças de uso doméstico e acabando na joalharia … Tudo marcado com o século XVIII.
Eu pensava, na minha ignorância, que ia ver pintura que tentasse “reproduzir” a realidade dos personagens... onde e quando viveram os seus protagonistas; gostaria que fosse mais fidedigna, real, mas afinal a maior parte era fantasia, ficção... Isto foi assim na mostra religiosa. Se um ateu caísse na sala a que eu me refiro, fugiria escandalizado.

Por exemplo, eu vi um quadro pintado, cujo tema era a “Virgem com os Santos” e esse encontro passava-se numa paisagem idílica, em que a Virgem estava rodeada de pajens, mulheres e homens vestidos como se fossem para um baile... que Mãe do Céu esta! Que santos?
Santo Agostinho estava imponente com uma capa bordada a ouro, olhar sobranceiro e os dedos cheios de anéis. É este o nosso Santo?
Cristo flagelado, mas com um “ar” muito altivo para o meu gosto!
A Sagrada Família de Nazaré, que viveu na humildade, na simplicidade e no louvor a Deus, foi pintada num palácio, mostrando grande riqueza.

Também vi Maria e João aos pés da Cruz e gostei porque traduzia a realidade , a vivência em que se passou aquela cena da paixão.

Fomos de seguida almoçar e passear pelo jardim do Museu. Boa comida, sossego, o rio mesmo em frente com barcos a cruzarem o seu leito, o céu azul … lindo mesmo!

Seguiu-se a opulência do interior das casas: as baixelas de prata, de ouro, mobiliário do mais requintado, jóias grandiosas ornadas de pedras preciosas …
Também havia uma proliferação de custódias, estas, objectos sagrados porque foram usadas nos altares da nossas Igrejas.
A mais emblemática era a Custódia de Belém, que se encontrava em pedestal especial. Tão importante que passavam vários grupos de alunos a estudarem-na. Claro que o Senhor merece esta custódia e muito mais, mas o homem não tem dinheiro para pagar uma melhor. Demos então o que Ele gosta: o nosso coração!... e a custódia ficará lá na sua montra para ser apreciada e estudada.

Eu sei que não entendo nada de arte. Eu nunca vou a museus, não gosto. Mas fiz esta experiência e gostei, mesmo criticando aqueles que inventaram, que pegaram em personagens importantes da minha religião e deturparam o sentido, a vivência, a realidade das mesmas.
Mas concordam comigo se eu afirmar: se não fosse a Arte Sacra, que seria dos Museus?

PASSA UM BOM DIA

(Coimbra, 18.02.2012)

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