segunda-feira, 9 de maio de 2011

O Nó no Lençol



Numa reunião de pais numa escola da periferia, a professora ressaltava

o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem

presentes o máximo de tempo possível...

Considerava que, embora a maioria dos pais e mães trabalhasse fora, deveria

arranjar tempo para se dedicar às crianças.

Mas a professora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou

e explicou humildemente, que não tinha tempo de falar com o filho, nem de

vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito

cedo e o filho ainda estava a dormir. Quando voltava do trabalho já era

muito tarde e o filho já não estava acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da

família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter

tempo para o filho e que tentava compensá-lo indo beijá-lo todas as noites

quando chegava em casa.

E para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do

lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites

quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através

dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de

comunicação entre eles.

A professora emocionou-se com aquela história e ficou surpreendida

quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da

escola.

O facto faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras de as pessoas se

fazerem presentes, de comunicarem com os outros.

Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o

mais importante é que o filho percebia, através do nó, o que o

pai estava a dizer.

Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele

filho, muito mais do que presentes ou a presença indiferente de outros pais.

É por essa razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o

medo do escuro...

É importante que nos preocupemos com os outros, mas é também importante

que os outros o saibam e que o sintam.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras,

mas sabem reconhecer um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol...

(Enviado pela Zilda)



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