Cidade do Vaticano
(RV) – O Santo Padre encontrou, na manhã desta quarta-feira, na Praça São
Pedro, mais de vinte mil peregrinos e fiéis, provenientes de diversos países do
mundo, para a habitual Audiência Geral.
O Papa continuou a
refletir sua série de catequeses que tem como tema a “esperança cristã”. Hoje,
de modo particular, aprofundou o trecho da primeira Carta de São Pedro, que
exorta “a dar razão da nossa esperança a todo aquele que a pedir”.
Com
efeito, disse Francisco, o Apóstolo consegue infundir, na sua Carta, grande
consolação e paz, levando a perceber que o Senhor está sempre ao nosso lado e
nunca nos abandona, sobretudo nos momentos mais delicados e difíceis da nossa
vida. Aqui, o Papa perguntou: “Qual o segredo desta Carta e, de modo particular,
desta passagem que acabamos de ouvir”? E respondeu:
“O
segredo consiste no fato de afundar as suas raízes diretamente na Páscoa, no
coração do mistério que estamos para celebrar, fazendo-nos perceber a luz e
alegria que brotam da morte e ressurreição de Cristo. Cristo ressuscitou
verdadeiramente, está vivo e habita em cada um de nós. É por isso que São Pedro
nos convida com força a adorá-lo em nossos corações”.
O Senhor
começou a morar em nós, afirmou o Pontífice, a partir do nosso Batismo e,
daquele momento em diante, continua a renovar a nós e a nossa vida, com o seu
amor e a plenitude do seu Espírito. Eis porque o Apóstolo nos recomenda “a dar
razão da nossa esperança a todo aquele que a pedir”. E acrescentou:
“A nossa
esperança não é um conceito, nem um sentimento, mas é uma Pessoa, o Senhor
Jesus, vivo e presente em nós e nos nossos irmãos. Portanto, dar razão da
esperança não se faz em nível teórico, em palavras, mas, sobretudo, com o
testemunho da vida, dentro e fora da comunidade cristã”.
E o Papa
constatou: “Se Cristo está vivo e habita em nós, no nosso coração, então
devemos deixar que ele se torne visível e que aja em nós. Isto quer dizer que
ele deve ser sempre o nosso modelo de vida e que, por conseguinte, devemos
aprender a comportar-nos como ele”.
Logo, a
esperança que está em nós não pode permanecer oculta, mas deve ser externada e
até tornar-se perdão a quem nos faz mal. O mal não deve ser vencido com o mal,
mas com a humildade, a misericórdia e a mansidão. E Francisco citou a afirmação
de São Pedro:
“É melhor
sofrer praticando o bem que fazendo o mal. Isto não quer dizer que é bom
sofrer, mas, quando sofremos pelo bem, estamos em comunhão com o Senhor, que
padeceu e sofreu na cruz pela nossa salvação. Assim, nos tornamos semeadores de
vida e esperança na ressurreição, e instrumentos de consolação e paz, fazendo
brilhar no mundo a luz da Páscoa”.
O Santo
Padre concluiu a sua catequese dizendo que “agora podemos entender porque o
apóstolo Pedro nos chama bem-aventurados, quando sofremos pela justiça”. Não se
trata de uma questão moral ou ascética, mas de ser sinais vivos e luminosos da
esperança entre os últimos e marginalizados.
Ao
término da sua catequese semanal, Francisco passou a cumprimentar os diversos
grupos de peregrinos presentes, em diversas línguas. Eis a saudação que fez aos
fiéis de língua portuguesa:
“Dou as
boas-vindas a todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular aos fiéis
de Estrela e aos estudantes de Perafita. Queridos amigos, a fé na Ressurreição
nos leva a olhar o futuro, fortalecidos pela esperança na vitória de Cristo
sobre o pecado e a morte que celebramos na Páscoa. Deus vos abençoe!”
Falando
em italiano, o Papa fez uma saudação especial aos familiares dos militares que
tombaram em Missões internacionais de Paz; saudou os participantes no Encontro
promovido pelo Pontifício Conselho da Cultura, aos quais encorajou a refletir
sobre o futuro da humanidade à luz das ciências médicas e dos perenes valores
morais.
O
Pontífice convidou os fiéis a participar da Via Sacra, na Sexta-feira Santa, no
Coliseu de Roma, pelas mulheres crucificadas no mundo.
Por fim,
recordando que hoje se celebra a memória litúrgica de São Vicente Ferres,
pregador Dominicano, o Santo Padre convidou os jovens a aprender, na sua
escola, a falar com Deus e de Deus, evitando falar de modo inútil e
prejudicial.
Dito
isso, o Papa concedeu a todos a sua Bênção Apostólica. (MT)
(radiovaticana)
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