quarta-feira, 19 de abril de 2017

Vigília Pascal na Sé de Angra




O mundo precisa de cristãos empenhados na missão de anunciar a boa nova, diz D. João Lavrador
Abr 15, 2017 

Bispo de Angra presidiu à Vigília Pascal na Catedral açoriana
Só cristãos empenhados e cientes da missão do anuncio poderão mudar o mundo, disse esta noite o bispo de Angra na Vigília Pascal celebrada na Sé catedral, na ilha Terceira.

“O mundo continua a ter necessidade do testemunho desta Vida Nova em Cristo e ele só poderá atingir a nossa sociedade e a cultura actual através de nós que mergulhamos neste mistério que se realizou em Cristo e n’Ele continua a realizar-se em cada um dos Seus discípulos”, disse D. João Lavrador.

Anunciando esta noite como a que “tem a marca da missão”, tal como teve o convite do Anjo às mulheres, narrado no Evangelho para que fossem depressa dizer aos discípulos que Jesus vivia, também os cristãos devem encarar esta missão como uma prioridade.

“Partir de nós próprios, deslocarmos das nossas amarras e dos nossos interesses, ir ao encontro do irmão que nos espera para se alegrar com o anuncio da Ressurreição, são condições necessárias para viver a Vida Nova do Ressuscitado”, salientou o prelado sublinhando que a cultura atual “necessita do fermento do Evangelho”, para ultrapassar “complexidades e dramas”.

Para o bispo de Angra é “Em Cristo ressuscitado  que vivemos a maior de todas as nossas esperanças. Hoje celebramos a esperança que ninguém nos poderá tirar”.

“Com o testemunho autêntico de quem se encontrou com a Vida Nova do Ressuscitado o mundo despertará para o horizonte desejado mas ainda não alcançado e a humanidade de hoje reconhecerá que só à luz da páscoa de Jesus Cristo se poderá edificar o homem novo tão sonhado por todos os povos e nações” adiantou D. João Lavrador que afirmou ser esta “a maior de todas as novidades da história da humanidade”.

“ O Filho de Deus, que encarnou na nossa humanidade e que assumiu a nossa sorte, passando pelo sofrimento e pela morte, está vivo” destacou o bispo da diocese insular, convidando os participantes na Vigília Pascal a viverem e a proclamarem esta novidade.

“Todas as esperanças da humanidade de hoje só se poderão dirigir para este local e contemplar Aquele que dá razão à nossa existência porque na Sua Ressurreição destrói o sofrimento e a morte. A salvação chegou e está ao alcance da pessoa humana”, concluiu ressalvando que é no batismo que somos investidos dessa missão.

Esta noite, na Sé de Angra foi batizado, pela primeira vez em muitos anos, um adulto, natural do Pico.

A Igreja Católica celebra nas últimas horas do Sábado Santo e nas primeiras de Domingo de Páscoa o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, a Vigília Pascal, assinalando a ressurreição de Jesus.

Esta é uma celebração mais longa do que habitual, em que são proclamadas mais passagens da Bíblia do que as três habitualmente lidas aos domingos, continuando com uma celebração batismal e a comunhão.

A vigília começa com um ritual do fogo e da luz que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal é abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e inserir cinco grãos de incenso, em memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo.

A inscrição das letras e do ano no círio são acompanhadas pela recitação da fórmula em latim ‘Christus heri et hodie, Principium et Finis, Alpha et Omega. Ipsius sunt tempora et sæcula. Ipsi gloria et imperium per universa æternitatis sæcula’ (Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ómega. Dele são os tempos e os séculos. A Ele a glória e o poder por todos os séculos, eternamente).

O ‘aleluia’, suprimido no tempo da Quaresma, reaparece em vários momentos da missa como sinal de alegria.

A celebração articula-se em quatro partes: a liturgia da luz ou “lucernário”; a liturgia da Palavra; a liturgia batismal; a liturgia eucarística.

A liturgia da luz consiste na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio pascal.

A liturgia da Palavra propõe sete leituras do Antigo Testamento, que recordam “as maravilhas de Deus na história da salvação” e duas do Novo Testamento: o anúncio da Ressurreição segundo os três Evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas), e a leitura apostólica sobre o Batismo cristão.

A liturgia batismal é parte integrante da celebração, pelo que mesmo quando não há qualquer Batismo, se faz a bênção da fonte batismal e a renovação das promessas.

Do programa ritual consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de toda a assembleia com a água benta e a oração universal.


(Igreja Açores)

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