O mundo precisa de cristãos empenhados na missão de
anunciar a boa nova, diz D. João Lavrador
Abr
15, 2017
Bispo de Angra
presidiu à Vigília Pascal na Catedral açoriana
Só cristãos
empenhados e cientes da missão do anuncio poderão mudar o mundo, disse esta noite o bispo de Angra na Vigília
Pascal celebrada na Sé catedral, na ilha Terceira.
“O mundo continua a
ter necessidade do testemunho desta Vida Nova em Cristo e ele só poderá atingir
a nossa sociedade e a cultura actual através de nós que mergulhamos neste
mistério que se realizou em Cristo e n’Ele continua a realizar-se em cada um
dos Seus discípulos”, disse D. João Lavrador.
Anunciando esta noite
como a que “tem a marca da missão”, tal como teve o convite do Anjo às
mulheres, narrado no Evangelho para que fossem depressa dizer aos discípulos
que Jesus vivia, também os cristãos devem encarar esta missão como uma
prioridade.
“Partir de nós
próprios, deslocarmos das nossas amarras e dos nossos interesses, ir ao
encontro do irmão que nos espera para se alegrar com o anuncio da Ressurreição,
são condições necessárias para viver a Vida Nova do Ressuscitado”, salientou o
prelado sublinhando que a cultura atual “necessita do fermento do Evangelho”,
para ultrapassar “complexidades e dramas”.
Para o bispo de Angra
é “Em Cristo ressuscitado que vivemos a maior de todas as nossas
esperanças. Hoje celebramos a esperança que ninguém nos poderá tirar”.
“Com o testemunho
autêntico de quem se encontrou com a Vida Nova do Ressuscitado o mundo
despertará para o horizonte desejado mas ainda não alcançado e a humanidade de
hoje reconhecerá que só à luz da páscoa de Jesus Cristo se poderá edificar o
homem novo tão sonhado por todos os povos e nações” adiantou D. João Lavrador
que afirmou ser esta “a maior de todas as novidades da história da humanidade”.
“ O Filho de Deus,
que encarnou na nossa humanidade e que assumiu a nossa sorte, passando pelo sofrimento
e pela morte, está vivo” destacou o bispo da diocese insular, convidando os
participantes na Vigília Pascal a viverem e a proclamarem esta novidade.
“Todas as esperanças
da humanidade de hoje só se poderão dirigir para este local e contemplar Aquele
que dá razão à nossa existência porque na Sua Ressurreição destrói o sofrimento
e a morte. A salvação chegou e está ao alcance da pessoa humana”, concluiu
ressalvando que é no batismo que somos investidos dessa missão.
Esta noite, na Sé de
Angra foi batizado, pela primeira vez em muitos anos, um adulto, natural do
Pico.
A Igreja Católica
celebra nas últimas horas do Sábado Santo e nas primeiras de Domingo de Páscoa
o principal e mais antigo momento do ano litúrgico, a Vigília Pascal,
assinalando a ressurreição de Jesus.
Esta é uma celebração
mais longa do que habitual, em que são proclamadas mais passagens da Bíblia do
que as três habitualmente lidas aos domingos, continuando com uma celebração
batismal e a comunhão.
A vigília começa com
um ritual do fogo e da luz que evoca a ressurreição de Jesus; o círio pascal é
abençoado, antes de o presidente da celebração inscrever a primeira e a última
letra do alfabeto grego (alfa e ómega), e inserir cinco grãos de incenso, em
memória das cinco chagas da crucifixão de Cristo.
A inscrição das
letras e do ano no círio são acompanhadas pela recitação da fórmula em latim
‘Christus heri et hodie, Principium et Finis, Alpha et Omega. Ipsius sunt
tempora et sæcula. Ipsi gloria et imperium per universa æternitatis sæcula’
(Cristo ontem e hoje, princípio e fim, alfa e ómega. Dele são os tempos e os
séculos. A Ele a glória e o poder por todos os séculos, eternamente).
O ‘aleluia’,
suprimido no tempo da Quaresma, reaparece em vários momentos da missa como
sinal de alegria.
A celebração
articula-se em quatro partes: a liturgia da luz ou “lucernário”; a liturgia da
Palavra; a liturgia batismal; a liturgia eucarística.
A liturgia da luz
consiste na bênção do fogo, na preparação do círio e na proclamação do precónio
pascal.
A liturgia da Palavra
propõe sete leituras do Antigo Testamento, que recordam “as maravilhas de Deus
na história da salvação” e duas do Novo Testamento: o anúncio da Ressurreição
segundo os três Evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas), e a leitura
apostólica sobre o Batismo cristão.
A liturgia batismal é
parte integrante da celebração, pelo que mesmo quando não há qualquer Batismo,
se faz a bênção da fonte batismal e a renovação das promessas.
Do programa ritual
consta, ainda, o canto da ladainha dos santos, a bênção da água, a aspersão de
toda a assembleia com a água benta e a oração universal.
(Igreja Açores)
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