Cidade
do Vaticano (RV) – A viagem do Papa Francisco ao Egito, dias 28 e 29 de abril,
está confirmada. “O que aconteceu provoca confusão e grande sofrimento, mas não
pode impedir o desenvolvimento da missão de paz do Papa”, afirmou Dom Angelo Becciu, arcebispo substituto da
Secretaria de Estado.
O
Domingo de Ramos no Egito (09/04) foi manchado pelo sangue inocente, com dois
atentados em localidades diferentes. Um deles teve como alvo a Igreja Copta de São Jorge, na cidade de Tanta, no norte do país, onde 27 pessoas perderam a
vida. Horas depois, a polícia conseguiu impedir que um outro bombista entrasse
na Igreja Copta de São Marcos,
em Alexandria, também no
norte; o homem acabou por detonar o seu colete de explosivos fora do templo,
provocando 17 mortos, entre eles vários agentes da polícia.
Os dois atentados
constituem “um ataque ao diálogo e à paz; além de ser uma mensagem indireta a
quem governa o país contra uma minoria cristã que encontrou alguma liberdade
nos últimos tempos”, analisa Dom Becciu, em entrevista ao jornal italiano
‘Corriere dela Sera’. “As autoridades egípcias garantem que tudo correrá pelo
melhor, por isso vamos confiantes”, acrescentou o arcebispo, que irá ao Egito
com o Pontífice.
A agenda do
Pontífice no Cairo prevê uma reunião com representantes do governo do Egito e
com o imame
Ahmed Mohamed el-Tayeb, além de um discurso aos participantes da Conferência
Internacional sobre a Paz. O Papa também terá uma reunião com o Patriarca de
Alexandria, Tawadros II. O logotipo oficial da viagem de Francisco ao Egito
retrata o Papa, uma pomba branca que simboliza a paz, as pirâmides esfinges e o
delta do rio Nilo. Ao centro da imagem, há uma cruz e uma meia-lua. O lema é "O Papa da paz no Egito da
paz".
Depois de ter conhecimento dos atentados, o Papa expressou sua dor durante o encontro com os fiéis na Praça
São Pedro, para a oração do Angelus. Ouça aqui:
igreja copta. Ao meu
querido irmão, Sua Santidade Tawadros II, à Igreja copta e a toda a querida nação egípcia
expresso o meu profundo sentimento de pesar. Rezo pelos mortos e feridos. Estou
próximo aos familiares e a toda comunidade. Que o Senhor converta o coração das
pessoas que semeiam terror, violência e morte, e também o coração daqueles que
fazem e traficam armas”.
Entretanto, o
Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, anunciou a implementação do estado de
emergência em todo o país por um período mínimo de três meses. A medida vai
permitir que as autoridades façam buscas a casas de pessoas e detenções de
suspeitos sem mandados emitidos por tribunais.
O duplo
atentado foi reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), depois
de avisos à minoria cristã ortodoxa majoritariamente concentrada no Egito e na
sequência de anteriores ataques aos coptas. Cerca de 10% dos 92 milhões de egípcios
pertencem à comunidade copta, em um país onde os muçulmanos sunitas representam
a imensa maioria.
(CM)
radiovaticana
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