Missa
Santa Marta
Cidade do Vaticano
(RV) - “Deus é sempre fiel à sua aliança: foi fiel à promessa com Abraão e à
salvação prometida em seu Filho, Jesus”. Este foi o centro da homilia proferida
pelo Papa na manhã de quinta-feira (06/04) na missa da Casa Santa Marta.
A primeira leitura
narra a aliança que Deus fez com Abraão, que Jesus e os fariseus chamam ‘pai’,
porque foi ele que gerou “este povo, que hoje é a Igreja”.
Abraão confia, obedece quando é enviado para outra terra, recebida em herança.
Homem de fé e de esperança, acredita quando lhe é dito que teria um filho, aos
100 anos, “com a esposa estéril”. “Quem quisesse descrever a vida de Abraão,
poderia dizer: ‘É um sonhador’”, disse o Papa. “Era
um sonhador da esperança, mas não era um louco”, explicou:
“Colocado à prova depois de ter
o filho, lhe é pedido que o ofereça em sacrifício: obedeceu e foi adiante,
contra qualquer esperança: este é o nosso pai Abraão, que vai avante, avante, e
quando viu Jesus, ficou cheio de alegria. Sim: a alegria de ver que Deus não o
havia enganado, que Deus – como rezamos no cântico – é sempre fiel à sua
aliança”.
O Salmo
responsorial convida a lembrar as maravilhas, os seus prodígios. Para nós,
descendência de Abraão, é como quando pensamos em nosso pai que já se foi, e
nos lembramos das ‘coisas boas do papai’ e pensamos: ‘Papai era grande!’.
O pacto de Abraão consiste em
obedecer ‘sempre’, prosseguiu Francisco. Por parte de Deus, a promessa foi de
fazê-lo ‘pai de uma multidão de nações’. ‘Não te chamarás Abrão, mas o teu nome
será Abraão’, lhe diz o Senhor. E Abraão acreditou. Depois, em outro diálogo,
ainda no Gênesis, Deus lhe diz que sua descendência será numerosa como as
estrelas do céu e a areia do mar. E hoje, nós podemos dizer: ‘Eu sou uma daquelas estrelas. Eu sou um grão de areia’.
Entre Abraão e nós,
há a outra História, disse o Papa, a história do Pai dos Céus e de Jesus que
por isso diz aos fariseus que Abraão exultou na esperança de ver “o meu dia”.
“Ele viu e, ficou cheio de alegria”. Esta é a grande mensagem e a Igreja hoje nos
convida precisamente a nos determos e a olharmos para “as nossas raízes”,
“nosso pai”, que “nos fez povo, o céu cheio de estrelas, praias cheias de grãos
de areia”:
“Olhar para a História: eu não
estou sozinho, eu sou um povo. Vamos juntos. A Igreja é um povo. Mas um povo
sonhado por Deus, um povo que deu um pai sobre a Terra que obedeceu, e temos um
irmão que deu sua vida por nós, para nos tornar um povo. E assim podemos olhar
para o Pai, agradecer; olhar para Jesus, agradecer; e olhar para Abraão e para
nós, que somos parte do caminho”.
Francisco
convida, então, a fazer de hoje “um dia de memória”, evidenciando que “nesta
grande História, na moldura de Deus e Jesus, há a pequena história de cada um
de nós”:
“Eu convido vocês a tirarem,
hoje, cinco minutos, dez minutos, sentados, sem rádio, sem televisão; sentados,
e pensar sobre a própria história: as bênçãos e dificuldades, tudo. As graças e
os pecados: tudo. E olhar ali a fidelidade daquele Deus que permaneceu fiel à
sua aliança, e se manteve fiel à promessa que fizera a Abraão, permaneceu fiel
à salvação que prometera em Seu Filho Jesus. Estou certo de que entre as coisas
talvez ruins - porque todos nós temos, tantas coisas ruins, na vida - se hoje
fizermos isso, vamos descobrir a beleza do amor de Deus, a beleza de Sua
misericórdia, a beleza da esperança. E tenho certeza que todos nós estaremos
cheios de alegria”.
(CM-SP)
radiovaticana
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