Egito: Patriarca Sidrak agradece ao Papa, homem de paz
Cairo (RV) - “O Papa Francisco
é um amigo e um amigo verdadeiro se vê no momento da necessidade.” Foi o que
disse o Patriarca copta-católico no Egito, Dom Ibrahim Isaac Sidrak, numa
entrevista à nossa emissora, em vista da viagem do Papa ao Cairo, nos próximos
dias 28 e 29.
Sidrak: “Com alegria e anseio
esperamos a visita do Papa. Porém, não podemos esconder o que aconteceu no
Domingo de Ramos, fato que criou um pouco de medo e ânsia pela visita. Sem
dúvida, permanece a fé. O Pastor, o Grande Pastor, o Sucessor de Pedro, vem
abençoar o Egito e a Igreja católica no Egito e todas as Igrejas. Essa visita
tem várias nuances: uma visita ao Egito, mas que manda uma mensagem ao mundo
inteiro, ou seja, que o Egito merece ser apoiado. Por isso, agradecemos muito
ao Papa por insistir em vir, não obstante os ataques. Isso confirma mais uma
vez que o Santo Padre é um homem de paz e um amigo do povo egípcio, pois um
amigo verdadeiro se reconhece nos momentos difíceis. Este é certamente um
momento difícil. Depois, o diálogo para a promoção da paz: não obstante todos
esses ataques terroristas no mundo inteiro, existe gente de paz que trabalha,
representada também no Santo Padre e em todos aqueles que estarão reunidos com
ele.”
Em relação ao tema
da paz, quanto o senhor pensa que a Conferência internacional que se realizará
no Cairo, que contará com a presença de vários líderes religiosos, muçulmanos e
cristãos, poderá contribuir para a paz no Egito?
Sidrak: “Não posso prever as coisas,
mas posso desejar que este seja sempre realmente o ponto de partida de muitos
outros trabalhos concretos: não somente os congressos fazem a paz. O congresso
é um ponto de partida. Todos aqueles que pensam em fazer isso lançam um apelo
ao mundo inteiro, às pessoas que amam a paz, por uma colaboração, ajuda e
apoio. Espero que este seja o ponto de partida para muitas outras coisas
concretas.”
Os cristãos no
Cairo, depois dos atentados, reagiram com coragem, mas também com espírito
cristão, declarando buscar sempre a convivência. Este equilíbrio é um
equilíbrio muito forte que resiste ao terrorismo no país?
Sidrak: “Da parte dos cristãos no Egito
e dos egípcios em geral, não é a primeira vez. Porém, são sobretudo os cristãos
que cobrem todo aquilo que acontece com a visão da fé. Sobretudo, neste tempo
pascal, e também antes da Semana Santa, reagiram como reagem sempre: a morte
não é o fim, não obstante tenha ocorrido uma tragédia. Reagem positivamente sem
negar a fúria que têm dentro pela perda da serenidade interior. Esta é uma
mensagem a todos os cristãos que estão fazendo um percurso para restabelecer o
país em todos os pontos de vista, sobretudo o seu futuro, o seu progresso.
Porém, existem muitas pessoas que não querem esse progresso para o Egito, mas
os egípcios, e primeiramente os cristãos, dizem não ao terrorismo, e sim ao
bem, à paz e ao progresso do país.”
(MJ)
radiovaticana
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