domingo, 10 de junho de 2012

HOJE É O DIA DO SENHOR


"Quem é minha Mãe?"



Reiniciamos, no ano litúrgico, os domingos do tempo comum.
A Liturgia, através das leituras bíblicas, vai nos introduzindo
nos Mistérios de Deus e iluminando a realidade humana.

No Mundo em que vivemos, existem muitos males.
Nasce espontânea a pergunta: "Qual é a sua origem?"
Na busca de um responsável, somos levados a ACUSAR alguém como culpado.
A Bíblia tem uma resposta clara: a origem e a causa dessa situação é o pecado.
O homem rompeu a sua relação amorosa com Deus
e surgiu uma mudança essencial em sua vida.
Pretendeu libertar-se de Deus e tornou-se escravo de suas paixões e egoísmos.

A 1ª Leitura fala da Primeira Família (Adão e Eva). (Gn 3,9-15)
Esses capítulos da Bíblia não querem mostrar como aconteceu no início...
mas sim levar a refletir sobre o caos social em que viviam
no tempo em que o autor sagrado escreveu.
Deus fez todas as coisas perfeitas.
Esse mundo conturbado não é o que Deus queria... então como deveria ser?
- Qual é a causa e a origem de tudo isso?
A "serpente" seduziu e continua seduzindo o homem
para se apropriar dos frutos proibidos...

Consequência: surge a desarmonia na natureza, com os homens, com Deus...
- O HOMEM não se encontra mais no lugar que lhe foi designado na Criação.
"Onde estás?" - Teve medo e se escondeu...
- Adão acusa Eva, Eva acusa a serpente...
- Sente-se "Nu", despojado a dignidade com que foi criado...
- Abala a ordem da natureza:
Perde a fertilidade e produz espinhos e ervas daninhas
- Mas a narrativa termina com uma Mensagem de Esperança:
a luta entre a "serpente" e o homem continuará até o fim dos tempos.
Mas a descendência da mulher conquistará a vitória final,
esmagará a cabeça da "serpente".

* O PECADO é a origem do mal: rompeu a harmonia da criação de Deus.
Para o autor sagrado, o PARAÍSO TERRESTRE é Saudades ou Esperança?

Na 2ª Leitura, Paulo manifesta seu interesse pela Comunidade de Corinto
e expõe os motivos pelos quais sofre com paciência:
a esperança da ressurreição gloriosa e a fé no prêmio que espera. (2 Cor 4,13-5,1)

O Evangelho fala da Família de Jesus. (Mc 3, 20-35)

Os familiares de Jesus chegam e, de fora, mandam chamá-lo.
Não entram; ele que deve sair: querem levá-lo de volta a Nazaré.
Estão preocupados... julgam que ele "está fora de si".
E Jesus: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?"
A Verdadeira família de Jesus, a partir de agora,
é formada pelos que estão ao redor dele e fazem a vontade de Deus.

Os doutores da lei pretendem desprestigiar o Mestre diante do Povo
e o acusam de endemoniado. Jesus contesta com duas imagens:
o reino dividido e uma família dividida: não se mantém de pé.

A Nova família de Jesus.
A verdadeira família de Jesus, a partir de agora,
é formada pelos que estão ao redor dele,
numa atitude de companheiros na ação libertadora,
e que fazem a vontade de Deus.
A relação mais intima com Jesus não se faz através do parentesco de sangue, mas na sintonia com sua prática libertadora.
Só quem passa do estar fora para o estar dentro, com Jesus,
é que será considerado irmão, irmão e mãe de Jesus.

* Maria era "Mãe" duplamente: porque gerou a Jesus e
porque mais do que ninguém soube fazer sempre a vontade de Deus.

O pecado nasce e é fruto do orgulho.
- Adão acusa Eva... Eva acusa a serpente...
- Os judeus não aceitaram o desfio da conversão:
e acusaram o Cristo como um endemoniado...
- E nós? Procuramos sempre uma desculpa...

Reconhecer o próprio erro, por escabroso que seja,
é sempre mais dignificante e libertador
do que repassá-lo injustamente a outros.

Quem acusa está querendo se esconder atrás da acusação.
Quanto esposo acusando a esposa e vice-versa.
Quantos filhos acusando os pais e vice-versa.
Quantos adultos acusando os jovens e quantos jovens acusando os adultos.
Ouvimos toda hora parente contra parente, vizinho contra vizinho,
patrão contra empregado e empregado contra patrão.

Há acusações necessárias e justas.
Há acusações que devem ser feitas e que não merecem punição.
Mas, muitas vezes, a pessoa que acusa está se defendendo.
Está escondendo algo de errado em si mesmo.

A acusação nunca leva a nada e acaba com o dialogo entre as pessoas.
Há uma necessidade de busca de diálogo e não de acusação.
Quando na sociedade for instaurado o diálogo, acabarão as acusações.
Ninguém mais estará escondendo sua covardia com a acusação.


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa- 10.06.2012



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