sábado, 9 de abril de 2011

"É O MESSIAS"




A profundidade do Amor


(Este comentário ao evangelho de hoje tocou-me profundamente porque eu nunca interiorizei como agora que Jesus sofreu de tal ordem que foi digno de pena, de compaixão e de misericórdia, como tenho com qualquer pessoa que sei ou vejo sofrer muito. Só que, nem eu nem ninguém pensou assim! Vendo, não sentiram, não reagiram, não protestaram; ou presenciaram o espectáculo ou fugiram para não se incomodarem com a situação! Ó meu Deus, quantas vezes eu procedi assim com os que encarnam o Teu sofrimento!

"O Senhor instruiu-me e eu entendi. E então vi com clareza o seu proceder para comigo.", Jr 11,18-20.

Pai do Céu, em nome de Jesus vos peço: Tem compaixão de mim que sou uma pecadora.)

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Comentário ao Evangelho do dia - Jo 7,40-53 - feito por : João Paulo II - Enciclica «Dives in misericordia», 7 (trad. © Libreria Editrice Vaticana)


«É o Messias»



O verdadeiro significado da misericórdia não consiste apenas no olhar, por mais penetrante e mais cheio de compaixão que ele seja. [...] A misericórdia manifesta-se quando [...] tira o bem, de todas as formas de mal existentes no mundo e no homem. Entendida desta maneira, constitui o conteúdo fundamental da mensagem messiânica de Cristo. [...] A mensagem messiânica de Cristo e a Sua actividade entre os homens terminam com a Cruz e a Ressurreição. [...] A dimensão divina da Redenção permite-nos descobrir [...] a profundidade do amor que não retrocede diante do extraordinário sacrifício do Filho, para satisfazer a fidelidade do Criador e Pai para com os homens. [...]


Os acontecimentos de Sexta-Feira Santa e, ainda antes, a oração no Getsémani, introduzem uma mudança fundamental em todo o processo de revelação do amor e da misericórdia na missão messiânica de Cristo. Aquele que «passou fazendo o bem e curando a todos», e «sarando toda a espécie de doenças e enfermidades» (Act 10, 38; Mt 9, 35), mostra-Se agora, Ele próprio, digno da maior misericórdia, e parece apelar para a misericórdia quando é preso, ultrajado, condenado, flagelado, coroado de espinhos, pregado na cruz e expira no meio de tormentos atrozes. É então que Ele Se apresenta particularmente merecedor da misericórdia dos homens, a quem fez o bem; mas não a recebe. Nem aqueles que mais de perto contactaram com Ele têm a coragem de O proteger e O arrancar à mão dos Seus opressores. Na fase final do desempenho da função messiânica, cumprem-se em Cristo as palavras dos profetas, e sobretudo as de Isaías, proferidas a respeito do Servo de Javé: «Fomos curados pelas suas chagas» (53, 5). [...]

«Aquele que não conhecera o pecado, Deus tratou-O por nós, como pecado», escrevia São Paulo (2Cor 5, 21), resumindo em poucas palavras toda a profundidade do mistério da Cruz e a dimensão divina da realidade da Redenção. É precisamente a Redenção a última e definitiva revelação da santidade de Deus, que é a plenitude absoluta da perfeição.



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