domingo, 17 de abril de 2011

Hoje é o dia do Senhor



Celebramos hoje o DOMINGO DE RAMOS.


A liturgia apresenta dois momentos bem distintos:

- A ENTRADA DE JESUS EM JERUSALÉM,

com a procissão de Ramos... num clima de alegria...

como GESTO de FÉ e de COMPROMISSO.


- O INÍCIO DA SEMANA SANTA, com a Leitura da Paixão do Senhor,

na missa, relembrando o caminho do sofrimento e da Cruz.

= Dois momentos distintos da vida de Jesus: Triunfo e Humilhação.

Jesus se apresenta em Jerusalém propondo a paz e recebe a violência...


As Leituras nos ajudam a viver o clima dos mistérios que celebramos:


A 1ª leitura apresenta um Profeta anónimo, chamado por Deus,

a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação.

Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e

concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. (Is 50,4-7)


* Os primeiros cristãos viram neste "servo sofredor" a figura de Jesus.

Ele é a Palavra de Deus feita carne, que oferece a sua vida

para trazer a salvação aos homens.


A 2ª Leitura é um lindo Hino Cristológico. (Fl 2,6-11)

Cristo é o princípio e o fim de todas as coisas, exemplo de toda criatura.

Enquanto a desobediência de Adão trouxe fracasso e morte,

a obediência de Cristo ao Pai trouxe exaltação e vida.

Ele se despojou de sua condição divina, assumiu com humildade

a condição humana, para servir, para dar a vida,

para revelar totalmente aos homens o ser e o amor do Pai.

Esse caminho não levará ao fracasso, mas à glória, à vida plena.

E é esse mesmo caminho de vida, que a Palavra de Deus nos propõe.


O Evangelho convida a contemplar a PAIXÃO e MORTE de Jesus,

segundo São Mateus. (Mt 26,14-27,66)


O texto nos introduz no clima espiritual da Semana Santa.

Não é apenas o relato dos fatos acontecidos com Jesus,

mas o anúncio de um mundo novo de justiça, de paz e de amor:


- Jesus passou pelos caminhos da Palestina "fazendo o bem" e anunciando

um mundo novo de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos.

- Ensinou que Deus era amor e que não excluía ninguém, nem os pecadores.

- Ensinou que os leprosos, os paralíticos, os cegos,

não deviam ser marginalizados, pois não eram amaldiçoados por Deus.

- Ensinou que eram os pobres e os excluídos os preferidos de Deus e

aqueles que tinham um coração mais disponível para acolher o "Reino";

- E avisou os "ricos" (os poderosos, os instalados), de que o egoísmo,

o orgulho, a auto-suficiência, o fechamento só podiam conduzir à morte.


 Esse projecto libertador de Jesus entrou em choque

com a atmosfera de egoísmo e de opressão que dominava o mundo.

- As autoridades políticas e religiosas sentiram-se incomodadas

com a denúncia de Jesus:

não estavam dispostas a renunciar aos mecanismos

que lhes asseguravam poder, influência, domínio, privilégios.

- Não estavam dispostas a arriscar, a desinstalar-se e

a aceitar a conversão proposta por Jesus.

- Por isso, prenderam e condenaram Jesus, pregando-o numa cruz.


A morte de Jesus é a consequência do anúncio do "Reino",

que provocou tensões e resistências entre os que dominavam o povo.

A morte de Jesus é o ponto mais alto de sua vida;

é a afirmação mais radical de tudo aquilo que pregou: o dom total.

Aprofundemos alguns dados que são exclusivos

da PAIXÃO SEGUNDO SÃO MATEUS:


- Mateus relaciona os fatos da Paixão como Cumprimento das Escrituras:

Mateus escreve para cristãos, provenientes do judaísmo...

por isso, quer demonstrar que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.


- No Getsêmani, Jesus condena a violência contra o servo do sacerdote...

O caminho do Pai passa pelo amor e pelo dom da vida.

Por isso, os discípulos não podem recorrer à violência.


- Só no Evangelho segundo Mateus aparece o relato da Morte de Judas.

O episódio deixa clara a falsidade do processo e a inocência de Jesus.

Mateus sublinha o desespero e o arrependimento de Judas, e

deixa clara a inocência de Jesus.


- Só Mateus fala do sonho da mulher de Pilatos e da lavagem das mãos.

Quer deixar claro que os pagãos reconhecem a inocência de Jesus e

o próprio povo o rejeita.


- Só Mateus descreve os fatos que acompanharam a morte de Jesus:

"O véu do Templo rasgou-se em duas partes... a terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos dos corpos, que tinham morrido saíram do sepulcro, entraram na cidade e apareceram a muitos".

Para Mateus, são sinais de que Deus está ali como o salvador e libertador

do seu Povo, apesar do aparente fracasso de Jesus,


- Finalmente, só Mateus narra o episódio da "guarda" do sepulcro.

Para os cristãos, o sepulcro vazio era a evidência de que Jesus tinha ressuscitado.


Os Ramos verdes, que hoje carregamos, recordam

a saudação de acolhida do Povo a Jesus, ao entrar em Jerusalém.


Nós também queremos saudar a vida que ele trouxe e

a misericórdia que encontramos em seu bondoso coração.


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 17.04.2011









ACLAMEMOS O AMOR DE CRISTO, DIA E NOITE,

TODOS OS DIAS DA NOSSA VIDA.


Sem comentários: