Comentário ao Evangelho do dia - Jo 18, 33b-37 - feito por
: Santa Teresa de Ávila
(1515-1582), carmelita descalça,
doutora da Igreja - Caminho de
Perfeição, 22
Tu és rei eternamente, meu Deus [...]; quando
dizemos no Credo que o Teu «reino não terá fim», sinto quase sempre uma alegria
muito especial. Eu Te louvo, Senhor, bendigo-Te para sempre! No fim, o Teu
reino durará eternamente! Não permitas nunca, Mestre, que os que Te dirigem a
palavra julguem poder fazê-lo só com os lábios. [...] Certamente, quando vamos
ao encontro de um príncipe, não lhe falamos com o mesmo à-vontade que a um
aldeão ou a uma pobre religiosa como nós: seja qual for a maneira como nos
falarem estará sempre bem.
Sem dúvida que a humildade do nosso Rei é tal que,
apesar da minha ignorância das regras da linguagem, Ele não deixa de me escutar
e de me permitir aproximar-me d'Ele. Os Seus guardas não me afastam, pois os
anjos que O rodeiam não ignoram que o seu Rei aprecia mais a simplicidade de um
humilde pastor que, se pudesse, diria mais que todos os belos raciocínios dos
maiores sábios e letrados, se não forem humildes.
Mas se o nosso Rei é bom, não é razão para nos
mostrarmos grosseiros. Nem que seja apenas para Lhe testemunhar a minha
gratidão por Ele Se dignar suportar junto a Ele uma pessoa tão repugnante como
eu, é justo que eu reconheça a Sua nobreza e grandeza. Na verdade, basta
aproximarmo-nos d'Ele para compreendermos isso. [...] Sim, aproximai-vos d'Ele
minhas filhas, mas pensai e compreendei a Quem ides falar, ou com Quem falais
já. Nem em mil vidas como a nossa chegaremos a compreender as deferências que
merece um tal Senhor, diante de Quem tremem os anjos. Ele tudo comanda, tudo
pode; para Ele, querer é operar. É justo, minhas filhas, que procuremos alegrar-nos
com as grandezas do nosso Esposo, que compreendamos de Quem somos esposas e,
assim, saibamos que santidade deve ser a da nossa vida.
(EvangelhoQuotidiano)
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