"Teus Pecados estão perdoados"
“O Evangelho de Marcos, do domingo passado, apresenta: "Quem é Jesus".
Vimos que é aquele que nos liberta dos males físicos...
Hoje veremos que ele nos liberta também dos males espirituais. E o pior deles é o PECADO...
No passado, havia uma idéia exagerada de pecado: "Tudo era pecado". Hoje, muitos perderam o sentido do pecado e, consequentemente, a necessidade do perdão e da misericórdia.
As Leituras nos falam do pecado e da atitude de Deus diante do pecador: toda a História da Salvação é uma mensagem de esperança, um anúncio de perdão, uma manifestação do amor misericordioso de Deus.
A 1ª Leitura (Is 43,18-19.21-24b-25) mostra Deus e o Pecado do seu Povo.
Os israelitas, escravos e humilhados na Babilônia, se perguntavam:
"Por que Deus permitiu que fôssemos reduzidos a escravos,depois de ter dado tantas provas de amor no passado?Terá Deus esgotado sua paciência diante da dureza do nosso coração?"
- Pelo profeta, Deus responde:
"Não penseis no passado... Sou eu que cancela tuas culpas... e já não me lembrarei dos teus pecados".
* A situação desesperadora dos exilados na Babilônia é uma imagem do que acontece com aqueles que se afastam de Deus e se tornam escravos dos seus pecados. O que fazer então? Perder qualquer esperança?
Não, Deus continua sendo o libertador, como no passado. Deus responde com misericórdia e perdão... Perdoa e esquece...Deus continua sempre amando seu povo... mesmo quando pecador...
A 2ª Leitura (2Cor 1,18-22) é um convite a vivermos com autenticidade o nosso SIM a Deus.
O Evangelho (Mc 2,1-12) apresenta Jesus e o Pecado.
- Ele está numa "casa" onde pregava a Palavra e onde se juntou um grande número de pessoas.
- Chega "à casa" um paralítico transportado por quatro amigos que o introduzem pelo teto...
- O pobre doente ouve de Jesus palavras inesperadas:
"Filho, os teus pecados estão perdoados".
Provavelmente não eram os pecados que o preocupavam, mas a doença.
Mas Jesus o perdoou, mesmo antes que fosse solicitado.
- Reação dos escribas: "Está blasfemando!... Só Deus pode perdoar pecados..."
- Jesus: "Para que saibais que o Filho do Homem tem o poder de perdoar..."
= A cura do corpo era o sinal externo, visível a todos, do perdão concedido.
- E diante disso, o povo reage: "Nunca vimos coisa semelhante..."
* O Paralítico representa a humanidade inteira, afastada de Deus e impossibilitada não só de conseguir a própria cura,
mas até de aproximar-se daquele que a pode proporcionar.
O perdão dos pecados é sempre iniciativa da misericórdia infinita de Deus.
A Humanidade só pode mesmo apresentar a Jesus a própria enfermidade...
+ A Igreja continua o perdão de Jesus:
O poder de perdoar os pecados, que Jesus tinha, continua na Igreja a quem foi entregue na 1ª aparição do Cristo Ressuscitado, num clima de alegria e vitória (sobre a morte e o pecado).
"Recebam o Espírito Santo, a quem perdoardes... serão perdoados..."
= Os apóstolos foram perdoados... e enviados a perdoar em nome de Deus...
+ A Igreja é comunidade do perdão fraterno:
A igreja não é uma Comunidade de santos, mas de pecadores perdoados...
que precisam pedir e oferecer o perdão...
No Pai Nosso: "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos..."
* Portanto, o perdão, que necessitamos, depende do perdão que damos...
+ O Sacramento da Reconciliação ou Penitência...
Não pode se reduzir a apenas um ritualismo de contar os pecados ao padre. Precisa um processo de conversão, pelo qual o cristão se reconhece pecador e deseja refazer sua vida cristã.
+ Sacramento da Alegria: (Nasceu na alegria de Páscoa)
A alegria de experimentar o Perdão do Senhor e a Comunhão com os irmãos...
sentir-se perdoado e aceito por um Deus pai e amigo, que nos repete :
"Filho, teus pecados estão perdoados..."
+ Gesto de solidariedade: caminho de libertação:
Enquanto os ouvintes e seguidores de Cristo "sentados" enchiam a casa...
e impediam o doente de se aproximar... os quatro amigos encontraram o jeito para levar o doente até Jesus. E Jesus "vendo a fé que ELES tinham...": curou o doente...
* Quantas pessoas poderiam reconstruir a própria vida,
se houvesse algum cristão disposto a apoiá-las para chegar até Cristo...
- E Nós, que enchemos as igrejas, podemos ficar pensando só em nós... impedindo que os "doentes" se aproximem de Jesus ou acompanhamos essas pessoas até Cristo, para que as liberte?
Qual é a nossa atitude diante do pecado? Reconhecemos com humildade os nossos pecados? Buscamos com regularidade o perdão de Deus, que nos é dado através da Igreja?
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 22.02.2009
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