Campanha pela inscrição em EMRC
Secretariado Nacional de Educação Cristã dirige-se aos educadores mostrando actualidade da disciplina
O Secretariado Nacional de Educação Cristã quer relançar a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica na escolas. “A disciplina é um espaço educativo de grande interesse para o seu filho/educando”, apresentam num prospecto dirigidos aos pais e encarregados de educação.
O SNEC evidencia razões humanas, éticas, de diálogo entre ciência e religião, de livre escolha da educação que os pais devem dar aos filhos, como motivos para “uma autêntica educação integral”.
Porque a “dimensão religiosa é fundamental” para dar resposta à “inquietação humana” e porque a educação exige “uma consciência ética”, porque a ciência não é suficiente para “transformar o mundo, segundo critérios de justiça e de paz”, porque o diálogo “entre religiões” promove “a construção da paz mundial”, indica o SNEC num prospecto que apresenta ainda os novos manuais disponíveis e adaptados a cada etapa do aluno.
A disciplina de EMRC dispõe de manuais, acompanhados de CD-ROM, para alunos e professores, desde o primeiro ciclo ao secundário, vocacionados para o desenvolvimentos de temas de acordo com o plano educativo.
(Ag Ecclesia)
...............
A dura realidade dos católicos do Vietname do Norte
Na diocese de Thanh Hoa, uma quinzena de conventos, escolas e hospitais pertencentes a congregações religiosas, bem como um pequeno seminário, são açambarcados pelo Governo e utilizados “para o bem público ou para o desenvolvimento do país”, de acordo com a expressão administrativa local.
D. Joseph Nguyen Chi Linh, Bispo de Thanh Hoa e vice-presidente da Conferência Episcopal do Vietname: “Estaríamos prontos a ceder as nossas propriedades se estivéssemos certos de poder fazer aquilo que queremos sem prestar contas ao Estado”. Ele enumera as obras que os bispos gostariam de relançar, a começar por escolas do ensino primário e secundário.
Ainda que segundo bispos, padres e leigos a situação esteja a melhorar gradualmente, permanece a vigilância da polícia. É verdade que já passou o tempo em que membros do Partido Comunista eram nomeados para encabeçar a gestão das paróquias. Mas todos os que frequentam a comunidade paroquial e são membros activos têm ficha na polícia.
(Ag Ecclesia)
...........
Embaixadora da Palestina em Portugal
diz que visita do Papa foi «comovente»
diz que visita do Papa foi «comovente»
Histórica é como Randa Nabulsi, delegada geral da palestina em Portugal, qualifica a viagem de Bento XVI à Terra Santa. Centrando-se na visita que o Papa fez à Cijordânia, Randa Nabulsi afirma que esta foi uma oportunidade para o povo palestino estar com o Papa e o Papa conhecer as dificuldades que se enfrentam no território.
“Estávamos preocupados no início da visita”, reconhece em declarações à Agência ECCLESIA. Era uma visita sensível, por vários motivos, em especial devido à sua deslocação a Jerusalém. Bento XVI encontrou-se com a família do militar israelita Gilad Shalit, preso há 1050 dias por militantes palestinos, um soldado que “bombardeou Gaza”. Randa Nabulsi afirma que existem 11 mil prisioneiros palestinos, “presos há mais de 13 anos” e que o encontro com o soldado israelita foi “preocupante”, mas “no momento em que o Papa foi a Belém, nós esquecemos tudo, e ele foi muito bem recebido, como a pessoa mais santa a deslocar-se a Belém”.
A visita, na Cijordânia, foi seguida por Randa Nabulsi via televisão. “Foi muito íntimo e comovente” ver o Papa com os cristãos palestinos, numa cerimónia, que decorreu parcialmente, em árabe.
Bento XVI deslocou-se ao campo de refugiados de Aida, localizado entre as cidades de Belém e Beit Jala, na Cisjordânia, local onde se encontram maioritariamente cristãos, vindos de 43 cidades destruídas em 1948. “Foi muito emocionante ver que Bento XVI ouviu o sofrimento do povo”, recorda a delegada geral, destacando também o momento em que o Papa recebeu as crianças filhas de prisioneiros.
Duas semanas antes da visita, foi construído um palco para o Papa no campo de refugiados. Randa Nabulsi explica que esse palco foi, posteriormente, destruído pelos israelitas, por se localizar perto do muro de separação. O muro da Cisjordânia foi construído com a justificação de proteger Israel dos ataques de grupos radicais palestinos.
O encontro, no dia 13, acabou por decorrer numa escola, de onde se podia ver o muro, veementemente criticado por Bento XVI, na ocasião. “Foi muito bom ele ter criticado o muro”, refere Randa Nabulsi.
Nesse dia Bento XVI afirmou, de forma muito clara, que os palestinos têm de ter a sua independência e que os refugiados devem voltar à sua terra. Foi precisamente com o muro como pano de fundo que o Papa considerou “trágico que ainda hoje sejam erigidos muros” num mundo em que as fronteiras estão cada vez mais abertas.
Neste local, Bento XVI deixou palavras de proximidade e compreensão aos palestinos que vivem nos campos de refugiados, “em condições precárias e difíceis, com poucas oportunidades de emprego” e “legítimas aspirações a uma pátria permanente, a um Estado palestino independente”.
A delegada geral explica que na Cijordânia “não existem diferenças entre cristãos e muçulmanos. Quatro ministros e a assistente do Presidente Mahmoud Abbas, são cristãos e estiveram presentes”. “Somos um povo mesclado, entre cristãos e muçulmanos”, enfatiza.
Nessa mesma noite “muitas pessoas dirigiram-se ao Papa com cartas, para que ele rezasse por elas”. Algumas pessoas levaram-lhe artesanato feito a partir da madeira das oliveiras. Bento XVI recebeu ainda um manuscrito do Evangelho de Lucas em língua árabe, em letra cursiva e ornamentada. O autor, Yasser Abu Saymeh dedicou os últimos dois meses à arte cristã e entregou pessoalmente a obra ao Papa.
Randa Nabulsi recorda momentos marcantes, mas reconhece que a questão centra-se agora nas reacções à posição reassumida por Bento XVI. “É a política que regula o mundo, não é a religião”, indica a delegada em Portugal.
A Santa Sé pede que a Palestina seja um país independente. Já em 2000, quando João Paulo II visitou o território mostrou a mesma posição.
A delegada afirma que a situação “não será a mesma após a visita de Bento XVI”. “As palavras do Papa foram muito importantes e nós teremos, de continuamente, recordá-las”.
Randa Nabulsi assinala ainda a promessa de Bento XVI, ao assistir ao sofrimento do povo palestino, de rezar pela paz na região.
Randa Nabulsi está relutante quanto a uma alteração na situação dos cristãos pois, afirma, “ninguém acredita que a ocupação é realmente feia”.
A esperança é que a visita do Papa “traga uma visão diferente” sobre o território e mostre a “real situação que os palestinos vivem”. Por isso “estamos muito agradecidos pela visita”.
(Ag Ecclesia)
Sem comentários:
Enviar um comentário