Cristo Rei
Monumento foi edificado em gratidão pela paz em Portugal, durante o drama da II Guerra MundialCentenas de milhares de fiéis marcam presença, ao longo deste fim-de-semana, nas celebrações do cinquentenário do Santuário de Cristo Rei, em Almada, repetindo a manifestação popular de fé que atravessou o país em 1959.
A ideia da construção deste santuário surgiu em Setembro de 1934, depois do Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, visitar o Monumento erguido a Cristo no alto do Corcovado, sobre o Rio de Janeiro.
A 20 de Abril de 1940, em Fátima, os Bispos fazem um voto: se Portugal fosse poupado da Guerra, erguer-se-ia sobre Lisboa um Monumento ao Sagrado Coração de Jesus, sinal visível de como Deus, através do Amor, deseja conquistar para Si toda a humanidade.
Só após o fim da Guerra, em Maio de 1945, se anunciou, na Pastoral colectiva de 18 de Janeiro de 1946, a decisão de cumprir o voto de levantar o Monumento a Cristo Redentor.
No dia 18 de Dezembro de 1950 foi lançada a primeira pedra de monumento e a 17 de Maio de 1959 teve lugar a sua inauguração.
Cerca de 300 mil pessoas, entre autoridades oficiais e cidadãos anónimos, estiveram presentes na cerimónia, há 50 anos atrás. Os actos comemorativos tinham-se prolongado por cinco dias, para sublinhar a dimensão nacional do esforço que deu origem ao monumento.
Na manhã do dia 17 de Maio de 1959 teve lugar um pontifical, no Mosteiro dos Jerónimos, presidido pelo Cardeal Cerejeira, com todo o episcopado português e o Núncio Apostólico.
Sua Santidade o Papa João XXIII fez-se presente por Rádio-Mensagem. Nas palavras do Cardeal Cerejeira: "Este será sempre um sinal de Gratidão Nacional pelo dom da Paz".
Tal como agora, destacava-se a presença da imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, vinda da Capelinha das Aparições, que seguiu para Cacilhas através do Tejo – percurso que será repetido este Sábado, ao final da tarde.
Em Almada, centenas de milhares de pessoas, tem lugar a bênção do monumento, pelo Cardeal Cerejeira. O repicar dos sinos, o lançamento de milhares pétalas de flores e de pombos sublinham o momento.
O Patriarca de Lisboa, nessa altura, toma a palavra e dirigiu-se aos “portugueses de aquém e de além-mar”.
“Ajoelhai: fala Portugal! Portugal está todo aqui, aos pés de Cristo Rei, junto ao monumento que vós erguestes em acção de graças pelo milagre da paz concedida à nossa nação. Este é o monumento da gratidão nacional”, exclamou.
Presente na cerimónia, através de radiomensagem, esteve o Papa João XXIII, que aproveitou a inauguração para “manifestar ao povo português todo o nosso afecto e benevolência”.
O dia incluiu a consagração de Portugal ao Coração de Jesus e ao Coração de Maria. Com transmissão directa na Emissora nacional, o momento é marcado pela emoção do Cardeal Cerejeira ao ler o acto de consagração, no qual se referia que “este monumento proclamará perpetuamente, por solene voto, o milagre da paz”.
Esta consagração é ratificada pelo Almirante Américo Thomaz, em nome do Estado de Portugal. No final da cerimónia, todos os presentes entoam o Hino Nacional, que encerrou este momento solene.
PASSA UM BOM DIA!
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