quinta-feira, 11 de setembro de 2008

FAZER OS OUTROS FELIZES



DO MEU CORREIO ELECTRÓNICO


“Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. O Sr. João podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões. A sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro, Sr. Manuel tinha de ficar sempre deitado de costas.

Os dois conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres, famílias, das suas casas, dos seus empregos, dos seus aeromodelos, onde tinham passado as férias... E todas as tardes, quando o Sr. João se sentava, passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto todas as coisas que conseguia ver do lado de fora da janela.

O Sr. Manuel começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a actividade e cor do mundo do lado de fora da janela. Esta dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes, chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem e uma ténue vista da silhueta da cidade podia ser vislumbrada no horizonte.

Enquanto o Sr. João descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o Sr. Manuel fechava os seus olhos e imaginava as pitorescas cenas.

Um dia, o Sr. João até descreveu um desfile que ia a passar... Embora o Sr. Manuel não conseguisse ouvir a banda, conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a retratava através de palavras bastante descritivas.

Dias e semanas passaram.

Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou sem vida, o doente que ficava perto da janela, pois tinha falecido calmamente enquanto dormia. Logo que lhe pareceu apropriado, o Sr. Manuel perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca.

Lentamente, e cheio de dores, ergueu-se apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... e verificou que ela dava afinal, para uma parede de tijolo! Comentou o facto estranho com a enfermeira…, pois o seu falecido companheiro de quarto tinha-lhe descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela....

A enfermeira disse então que o Sr. João era cego e que por conseguinte, nem sequer conseguia ver a parede.

Talvez quisesse apenas dar-lhe ânimo e um pouco de alegria…

De facto, há uma felicidade muito grande em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas… “


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