A China ainda está sem Ouro em Direitos Humanos
Por Pe. John Flynn, LC
ROMA, domingo, 31 de Agosto de 2008 (ZENIT.org).- O espectacular resultado da China no quadro de medalhas não foi alcançado, infelizmente, quando está relacionado a sua performance em respeito à liberdade religiosa e direitos humanos.
Endurecimento
Steve Mosher, presidente do Population Research Institute, disse ao Register que centenas de missionários foram expulsos da China. «Está havendo um endurecimento no país», ele ressalta.
Entre os competidores na Vila Olímpica existiam lugares para oração e dezenas de clérigos disponíveis. Esta liberdade não ia além do muro divisório, comentou em um artigo de 10 de agosto sobre os direitos religiosos na China, publicado pelo Washington Post.
O artigo confirma outra notícia de repressão por parte das autoridades, incluindo prisões de líderes religiosos, negação de vistos para missionários estrangeiros e o fechamento de lugares de culto.
Da mesma forma, muitos seminários de Pequim foram destruídos porque não eram registrados nas formas aprovadas pelo governo.
«Uma importante razão pela repressão são as Olimpíadas. Este ano, líderes chineses foram mais pressionados por grupos externos, igrejas domésticas e mesmo por cidadãos isolados», disse Fan Yafeng, professor de direito no Instituto de Direito na Academia Chinesa de Ciências Sociais e líder de uma igreja doméstica com 80 membros, em comentários ao Washington Post.
Durante os Jogos Olímpicos a tentativa de missionários americanos de voar até a China para distribuir Bíblias falhou, quando autoridades alfandegárias chinesas confiscaram o material, segundo reportou a Associated Press em 17 de agosto.
Quatro missionários do grupo Vision Beyond Borders chegaram ao aeroporto na cidade de Kunmig com a intenção de distribuir Bíblias ao povo da cidade. O grupo, com sede em Sheridan, Wyoming, distribuiu Bíblias e material com ensinamento cristãos através do mundo para «fortalecer a igreja perseguida», de acordo com seu site.
Falha Olímpica
Na questão do respeito da China pelos direitos humanos, a Freedom House recentemente publicou o artigo «China and the Olympics». A organização, com sede em Washington, D.C., disse que Pequim intensificou a repressão em muitos aspectos durante os preparativos para as Olimpíadas.
A Freedom House comentou que os jornalistas chineses enfrentam uma maior repressão hoje que em 2001, quando seu país foi escolhido para receber os Jogos Olímpicos. Não somente os jornalistas ficaram sob doutrinação Marxista, mas o Departamento Central de Propaganda ditou os conteúdos nos boletins diários.
Os Jogos também causaram a desapropriação dos lares de mais de um milhão de pessoas para permitir novas instalações. Da mesma forma, as autoridades detiveram centenas de pessoas que vieram a Pequim como «mendigos» buscando reparação por abusos realizados por oficiais locais.
Isto foi confirmado em um artigo publicado no dia 2 de agosto pelo Washington Post, que descreveu como os Jogos Olímpicos se tornaram ocasião para ações contra «dissidentes, críticos e descontentes».
O artigo citou alegações de especialistas em direitos humanos, que afirmaram a prisão de milhares em ações repressivas que antecederam os Jogos.
Grupos internacionais de direitos humanos também acusaram a China de um aumento em violações dos direitos básicos. Um boletim de imprensa de 6 agosto do Human Rights Watch revelou que a corrida para as Olimpíadas de Pequim «foi marcada por um bem-documentado aumento de violações dos direitos de liberdade de expressão e associação, bem como da liberdade de imprensa».
Entre os pontos revelados pelo Human Rights Watch estava a hostilidade e restrição da mídia estrangeira, em violação das promessas feitas pela China quando foi designada para receber os Jogos. O boletim também revelou a remoção de trabalhadores migrantes de Pequim, mendigos e outros «indesejáveis» antes das Olimpíadas."
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